Outubro Rosa é um movimento internacional para alertar sobre a importância da prevenção e tratamento do câncer de mama, estimulando a participação da população, das empresas e das entidades. Hoje, no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo de carcinoma que mais mata entre as mulheres.

“Para as mulheres, os seios são uma região especial do corpo. Não só definem sua feminilidade, como são um elemento de ligação com os filhos, ao amamentar, e parte fundamental de sua identidade e autoestima. Talvez por isso, a prevenção do câncer de mama enfrente ainda tanta resistência. A doença assusta pela alta incidência, mas, principalmente, pelos efeitos psicológicos que causa”, afirma a médica-diretora do Vida – Centro de Fertilidade, Dra. Maria Cecília Erthal.

Mas nem tudo são más notícias. Os especialistas são unânimes: com o avanço em diagnóstico e tratamento, é possível detectar a enfermidade cada vez mais cedo e curá-la na maior parte dos casos.

Mamografia – sua maior aliada

A mamografia – exame investigativo das mamas e das porções das axilas mais próximas à área – é a principal forma de detecção precoce do câncer de mama, sendo a única capaz de diagnosticar lesões pequenas, mesmo quando essas ainda não são palpáveis.

A especialista explica que algumas mulheres, porém, não o fazem com medo da dor que a compressão pode causar. A compressão deve ser aplicada gradualmente e tem curta duração. Quando as mamas são comprimidas de forma adequada, os médicos obtêm uma imagem radiográfica de maior qualidade, o que ajuda e muito no diagnóstico. Por isso, o ideal é realizar a mamografia logo após a menstruação, quando a região está menos sensível, para reduzir o desconforto.

“Prestar atenção ao próprio corpo é sempre importante. Ao notar sintomas como nódulos, regiões endurecidas, secreção da mama fora do período de aleitamento e feridas no bico do seio sem causa aparente, a mulher deve procurar seu médico imediatamente. Não necessariamente o caso será de câncer, mas há diversas outras doenças das mamas que devem ser tratadas com cuidado”, alerta a doutora.

Congelamentos de óvulos e tecido ovariano – opção para preservar a fertilidade

Com a preocupação principal de preservar a fertilidade, muitas mulheres, ao receberem o diagnóstico do câncer recorrem à técnica de congelamento de óvulos com a intenção de terem sua fertilidade preservada.

As etapas do processo de congelamento lembram o início de um tratamento de fertilização: a paciente recebe injeções com hormônios por um período de aproximadamente 14 dias para estimular a produção de óvulos; e sessões de ultrassonografia acompanham as alterações ovarianas para determinar o momento exato da aspiração. A partir da coleta dos óvulos, procedimento realizado em ambiente cirúrgico, as células são examinadas e, em vez de serem fecundadas e implantadas no útero, são vitrificadas minutos depois, a uma temperatura de -196ºC e transferidas para um contêiner com nitrogênio líquido. Trata-se do ritual de congelamento de óvulos, que tem chamado a atenção de especialistas pelo aumento intenso da procura nos últimos meses.

Em um estudo recente, publicado na revista Human Reproduction, pesquisadores dinamarqueses descobriram que as mulheres cujos ovários foram removidos e congelados poderiam engravidar no futuro se os ovários fossem transplantados de volta alguns anos depois. A pesquisa mostrou que o transplante não só é bem sucedido, mas também que a reintrodução do tecido ovariano não sugere remissão do câncer.

Assessoria de Comunicação: Sallum Comunicação Estratégica