Já faz tempo em que os dados sobre obesidade, hipertensão e diabetes são alarmantes em todo o mundo. Para tentarmos mudar isso, precisamos começar a modificar as atitudes dos nossos pequenos. É fácil? Não! Mas não é impossível! Temos uma geração de crianças que pode sim mudar as estatísticas! Basta educá-la para isso!

Entrevistamos a nutricionista Alice Carvalhais (CRN 8209), de Belo Horizonte, MG, especializada em nutrição materno infantil, para nos falar sobre como lidar com relação ao açúcar na infância.

Em primeiro lugar, temos que separar bebês de crianças, pois como destaca Alice, “antes de dois anos, não se pode comer açúcar, DE JEITO NENHUM! Após essa idade, começa a liberar o uso, mas sempre o mínimo possível”. O açúcar simples, esse usado para adoçar, não é necessário para a criança. “Ela precisa sim de açúcar no corpo, mas ela consegue isso através dos carboidratos e não necessariamente através de açúcar”.

Para quem gosta de usar o açúcar, Alice ressalta que o melhor tipo que existe hoje é o mascavo, mas lembra de que “existem outras opções para adoçar como o mel, o melado, que são melhores do que açúcar”. No caso de sucos, por exemplo, podem ser adoçados, inclusive, com outras frutas mais doces, como a laranja serra d’água, a maçã (a indústria de alimentos tem feito muito isso em seus sucos, adoçam com maçã para usar o mínimo de açúcar – leiam os rótulos dos produtos).

Importante ressaltar que, normalmente, o excesso de açúcar na infância não causa problemas visíveis de imediato. Porém, Alice faz uma comparação interessante: “a vida é como se fosse uma conta bancária em que, qualquer dinheiro que você coloca ali, mesmo que seja no início, vai fazer diferença no final”. Ou seja, seu filho pode não ter nada na infância, mas tudo o que fizer nessa fase, conta para a vida adulta, quando ele corre risco de obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares, que são doenças secundárias. Na infância, afirma a nutricionista, “o maior risco para a criança é se acostumar a comer açúcar, viciar e o corpo dela querer sempre mais”. Sem falar no risco de cáries nos dentes; mas isso fica para uma outra matéria.

É claro que não podemos ser radicais! Nenhum alimento deve ser proibido na infância, apenas controlado. Como diz Alice, “o que faz a diferença é a dose (assim como um remédio). Não tem porque proibir uma criança saudável, maior de dois anos, de comer doces, biscoitos, mas não se deve ter em casa. São alimentos que devem ser consumidos esporadicamente, isto é, comer quando sai de casa, vai à uma festa, vai à casa de alguém e a pessoa te oferece. Mas isso não deve fazer parte da rotina da criança”. Alice destaca, no entanto, que alguns alimentos, como é o caso do refrigerante, se puder não ser apresentado à criança, melhor, “pois o que ela não conhece, não faz falta”!

É isso aí! Uma alimentação saudável é sempre o melhor remédio!

 

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