Tenho falado muito, aqui no Canal Infantil, sobre a importância da leitura na infância. Além de ser uma atividade prazerosa, a leitura ajuda muito no desenvolvimento infantil. Eu leio muito desde pequenininha e passei esse hábito para o Matheus. Fico super feliz quando vejo meu filho escolhendo livros em uma livraria.
E para falar sobre leitura na infância, a matéria de hoje é com uma autora que já tem quase 200 livros publicados: Telma Guimarães! Já falei sobre o livro “O médico e o monstro“, da Editora do Brasil, que é de autoria da Telma.
Nascida em Marília, São Paulo, Telma viveu na cidade até os seus 23 anos. E foi lá que começou a sua paixão pelos livros. “Naquela época era uma cidade pequena, com duas livrarias e duas bibliotecas, a da minha escola e a biblioteca municipal. Meu pai foi meu grande incentivador, pois permitiu que eu comprasse todos os livros que quisesse. Na nossa casa, uma biblioteca maravilhosa! Assim, cresci lendo histórias com personagens que viviam pelo mundo afora, cada um vivendo e pensando de um jeito. Isso me abriu horizontes. Penso que quando você lê, você muda muitos mundos, a começar pelo seu. E sonha. E vive esse sonho. E faz outros sonharem junto”, destaca Telma.
Um hábito muito comum entre os adolescentes é contar os segredos em diários. E foi assim que Telma começou a escrever e não parou mais! “Comecei a escrever diários quando era adolescente. Formei-me em Letras Vernáculas e Inglês e isso também me levou a conhecer muitos autores e suas publicações. Meu mundo parecia tão pequeno para tantos livros! Queria ler mais. Queria escrever também! Comecei, depois de formada, a lecionar em escolas públicas da rede estadual de ensino. E, após ter meus filhos, passei a contar histórias para eles à noite, assim como minha mãe o fazia. E para não me esquecer das histórias que inventava, decidi anotá-las em cadernos. Depois, passava tudo a limpo, até que ficassem melhores. Um dia decidi enviá-las para editoras. Depois de quatro anos, deu certo. E não parei mais”, conta a autora.
Ler para os filhos é muito importante! Podemos levar um mundo de informações e sonhos para eles. Como ressalta Telma, “a literatura fornece, ao pequeno leitor, em primeiro lugar, imagens e cores fantásticas. Depois, quando ele começa a ter mais entendimento do que lhe é contado, experimenta novas emoções. E são tantas: a surpresa, o novo, o imaginário, o prazer, a diversão. A literatura amplia as possibilidades da experimentação, suas habilidades e aptidões, tornando a vivência do leitor tão mais rica. Além do mais, melhora o raciocínio e a imaginação”. Fantástico, não é mesmo?
Os livros infantis e juvenis têm ganhado espaço nas prateleiras. São inúmeros títulos! E escrever para um público que se encanta por cada palavra, cada imagem, torna a “missão” ainda mais gratificante e especial! “Eu me divirto muito enquanto escrevo. Às vezes, paro, lembro-me de algo e volto para o começo da história e avanço de novo. Todo semana vou à uma livraria, pesquiso, observo o que há de novo, compro os lançamentos. Normalmente, leio o que escrevi para alguém da família. Uma crítica cai bem, goste ou não. Principalmente de alguém mais jovem, como minha neta! Escrever histórias infantis é algo libertador para mim. Me sinto criança de novo! Gosto disso”, destaca Telma.
E no meio de tantos livros (já são quase 200!), Telma é impossível ter preferência por um, mas Telma conta algumas curiosidades sobre alguns de seus livros:
– tem o livro mais demorado – “Dicionário Ilustrado Port/Ingl/Ingl/Port Junior”, Somos Educação. Foram três anos de trabalho;
– o que mais reescrevi – “Redações perigosas, a fome”, Somos Educação;
– o que nasceu de inspiração (raro!) – “Querido Deus”, Somos Educação;
– o que criei em dois dias – “A invenção de Celeste”, Editora do Brasil;
– uma sugestão do editor – “Dom Quixote”, Editora do Brasil;
– experiências gastronômicas – “Quem vai pra cozinha?”, FTD.
“Na verdade, tenho uma história de amor com cada um dos livros que publiquei. E outra ainda com os que estão aqui, na memória do coração ou no computador”, emociona-se Telma.
E com tanta história para contar, é claro que Telma deixa uma dica excelente para os pais: “inventem histórias à noite, antes de dormir, para seus filhos. Ou contem um pouco sobre os acontecimentos de sua infância. Lembro até hoje das histórias que minha mãe contava sobre as estrepolias dos irmãos, quando pequenos, no sítio onde moravam. Eram quase bobagens, mas aquele momento, para mim, era único. Nós, na mesma cama, o aconchego, a espera pela frase seguinte. A mesma história, repetida infinitas vezes! Que delícia! Permitam que as crianças façam suas próprias escolhas. Deixem que, na livraria ou biblioteca, escolham seu livro preferido. Aos poucos, mostre outras opções, temas variados. Torne esses momentos um prazer e eles se transformarão em um hábito e um vício extremamente saudável: o da leitura”!
Sobre a autora: Telma Guimarães é natural de Marília, São Paulo. Ela reside em Campinas desde 1979. Foi aluna de intercâmbio nos Estados Unidos e graduou-se em Letras Vernáculas e Inglês, pela UNESP. Professora efetiva de Inglês na rede Estadual de Ensino durante muitos anos, lecionou também em escolas particulares de Língua Inglesa. Foi Assessora Cultural da Secretaria Estadual da Cultura, em Campinas, além de cronista no Jornal Correio Popular.
Em 1989, recebeu da APCA o título de melhor autora pelo livro “Mago Bitu Fadolento”, Edições Loyola. É autora de livros infantis, juvenis, em Português, Inglês, Espanhol, dicionário bilíngue e obras didáticas. Já traduziu e adaptou inúmeros textos, publicados por várias editoras.
Além de escrever, a autora ministra palestras nas escolas do país para os leitores e professores. www.telma.com.br