Outubro é muito conhecido como o mês das crianças, mas é também o mês das mulheres! A campanha OUTUBRO ROSA tem como objetivo divulgar informações sobre o câncer de mama, conscientizar as mulheres sobre a doença, sobre como é feito o diagnóstico e tratamento. Mulheres, câncer tem cura! Quanto antes for diagnosticado, melhor! Por isso, fizemos uma matéria muito especial com a Dra. Juliana Romaniello, mastologista, da Clínica Intra Imagem (Nova Lima, MG), para que vocês possam tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto e se conscientizarem da importância de realizar os exames periódicos.
Mas, afinal, o que é o câncer de mama?
“É um tumor que acontece nas mamas e funciona como qualquer outro tipo de tumor. É uma célula que passa a agir de forma independente! Todas as nossas células têm um cronograma de vida: nascem, tem um trabalho a ser feito e um tempo de morrer, tudo dentro do mais rígido controle. Quando esse controle falha, em algum momento, alguma célula pode criar uma independência e deixar de seguir esse cronograma, ou seja, ela não vai morrer na hora certa, não vai se replicar da forma correta, tornando-se uma célula rebelde. Ela passa a ter um crescimento totalmente diferente das outras células e você tem um tumor, que pode ser maligno ou benigno, dependendo das características de agressividade, poder de invasão”, explica a Dra. Juliana.
Segundo ela, é importante destacar que, a maioria dos tumores de mama não estão ligados à genética. É claro que se a pessoa já sabe que houve câncer de mama na família, o cuidado deve ser maior, mas, não podemos nos esquecer que, para se ter um histórico familiar é preciso que alguém tenha sido o primeiro a ter o câncer. Então, se não há na sua família, não significa que ninguém vai ter. Com histórico familiar ou não o cuidado é o mesmo! “Com exceção das mulheres que tem uma história familiar de pacientes muitos jovens da mesma família com câncer de mama, aí se pensa em um outro tipo de câncer que está ligado à genética, mas a maioria não”, afirma a doutora.
Um outro fator que deve ser levado em conta pelas mulheres é que o câncer de mama não tem sintomas significativos no início; ele é um tumor silencioso que se descobre durante os exames de rotina, principalmente na mamografia. Segundo a médica, quando aparecem alterações na pele, vermelhidão, alteração de aréola e mamilo são sinais de uma doença que já existe há algum tempo. Por isso, é importante que a mulher tenha a consciência da necessidade de se realizar os exames periódicos.
AUTOEXAME
Vale ressaltar que, a Dra. Juliana e outros profissionais da área não defendem o autoexame como método de controle e prevenção do câncer de mama porque as mamas são muito diferentes (tem mamas mais densas, mais difíceis de palpar) e muitas mulheres têm dificuldades para fazer esse tipo de exame. “Então, o autoexame acaba que não agrega muito valor para se detectar o câncer de mama”, afirma. No entanto, ela tem o cuidado de ensinar às suas pacientes a conhecerem as suas próprias mamas, ou seja, na consulta, além de examinar, ela mostra o que é a mama da paciente e como esta pode senti-la. Caso a paciente observe alguma alteração em sua mama no prazo inferior de um ano (antes da data de realização da próxima mamografia), ela deve procurar o médico.
MAMOGRAFIA
Já a mamografia ainda é o exame fundamental e com grande índice de acerto para diagnosticar o câncer de mama! Ela deve ser iniciada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de 40 anos ou até com 35 anos e ser repetida anualmente. A Dra. Juliana lembra que, “com a mamografia digital, tem sido possível realizar boas mamografias em pacientes cada vez mais jovens. Antes havia uma limitação da técnica do exame e baixa incidência de câncer de mama antes dos 40 anos, então não se justificava o uso da mamografia nesses casos”. Como a medicina avança a passos largos, é possível que, ao longo dos anos, apareçam métodos eficientes que possam ser aplicados em mulheres cada vez mais jovens.
GESTANTE
Falamos muito da importância da mamografia; mas, e a gestante, pode realizar a mamografia? Não deve! Após o nascimento do bebê, enquanto ela está amamentando, deve fazer somente se houver alguma suspeita ou queixa. Caso contrário, pode esperar o período de amamentação acabar, pois, como diz a Dra. Juliana, o ideal é a glândula mamária estar em repouso.
ALERTA
Um alerta feito pela médica, que é muito importante destacar é que “ninguém tem medo de hipertensão, de diabetes, mas essas são as doenças (por meio de suas consequências) que mais matam no mundo! Não é o câncer! E a incidência de hipertensão e diabetes é muito maior que a de câncer. Então, as pessoas não precisam ter medo, mas ter certos cuidados como ir ao médico, realizar exames”. A prevenção (no caso do câncer de mama não há como prevenir, mas diagnosticá-lo precocemente) é sempre o melhor remédio! “O câncer tem tratamento e CURA! Hipertensão e diabetes não têm! O que vai determinar é o momento em que é dado o diagnóstico”, ressalta.
Para terminar, um conselho MUITO importante para todas as mamães! É natural que, após o nascimento dos filhos, deixemos de lado um pouco a nossa vida para cuidar apenas dos nossos pequenos. Mas, um alerta: “se amamos tanto os nossos filhos, queremos estar com eles por mais tempo e com qualidade de vida, é importante que estejamos bem, pois, caso contrário, os nossos filhos vão continuar e nós não vamos estar mais aqui. Só conseguimos dar o que a gente tem. Se estamos bem, conseguimos transmitir isso aos filhos na forma de educar, de olhar a vida, na convivência. Precisamos ensiná-los a fazer isso por eles também”, finaliza a Dra. Juliana.
Então, mulheres, vamos nos cuidar! Que este OUTUBRO ROSA seja um marco em nossas vidas!