A matéria de hoje é sobre um tema que muito tem preocupado os pais: a falta de preparo dos professores. Fazer a escolha da escola certa para o filho estudar não é tarefa fácil. Já publiquei aqui no Canal Infantil algumas questões que devem ser observadas (confiram). Porém, mesmo em uma boa escola, você pode ter professores nem tão qualificados assim!

Infelizmente, muitos profissionais não têm o menor carinho com as crianças, são pessoas frias, despreparadas e com falta de paciência. De que adianta você escolher uma escola “famosa”, mas que não acolhe o seu filho?

Na escola que o Matheus estuda atualmente, a professora é simplesmente fantástica! Carinhosa, atenciosa, cuidadosa e uma super profissional com mais de 20 anos de experiência! Assim, é muito mais fácil ficarmos tranquilas em deixar nossos filhos na escola! Criança precisa de carinho! O aprendizado é consequência! Por isso, eu sempre digo para os pais observarem os filhos! Se o seu filho vai e volta feliz da escola, é um ótimo sinal! Mas os pais devem “ler” os sinais dos filhos que, mesmo sem serem verbais, representam (e muito) o que o seu filho vive na escola!

Conversei com a pedagoga, especialista em educação especial, Christianne Mukai (Belo Horizonte, MG), que alertou sobre o problema!

Segundo Christianne, diversos fatores contribuem para o despreparo dos docentes. “entre eles podemos destacar: baixa remuneração, excesso de carga horária, número excessivo de alunos por classe, formação deficitária e escolha errada da carreira”. Ela explica que “os profissionais da educação, em especial os professores, sendo mal remunerados, necessitam se deslocar de uma escola para outra, a fim de concluir sua jornada de trabalho. Sendo assim, não lhes sobra tempo para reciclar e estudar mecanismos facilitadores da aprendizagem dos alunos, principalmente àqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem ou são portadores de necessidades especiais. Quase sempre, enfrentam salas de aula com grande número de alunos, o que se torna impossível fazer as intervenções individuais necessárias. Além desses fatores, é preciso lembrar também, que as faculdades inserem no mercado de trabalho, profissionais pouco qualificados para atender uma demanda cada vez mais exigente e complexa. Dentre eles, ainda há um percentual sem VOCAÇÃO para o magistério, o que dificulta ainda mais a transposição das barreiras elencadas acima”.

Cabe ressaltar que, muitas escolas têm dificuldades de encontrar bons professores. Para Christianne, “na  hora de escolher um professor, inicialmente deve-se fazer uma análise de currículos, sequenciado por prova de avaliação de conhecimentos acadêmicos e capacidade de administrar situações problemas em sala de aula. Os candidatos aprovados nestes quesitos participariam de uma dinâmica de grupo, na qual seria avaliado a postura, capacidade de trabalhar em equipe, saber ouvir, se expressar, a pró-atividade e a relação interpessoal. Aos candidatos que apresentarem melhor aproveitamento desses critérios, seria o ideal que uma aula prática precedesse a entrevista individual, finalizando assim o processo de seleção”.

Christianne afirma que é fundamental que os professores tenham prazer em dar aulas e se atualizem sempre! E nisto a escola pode ajudar! Para melhor qualificar os profissionais, as escolas “podem ajudar realizando cursos de capacitação ministrados por profissionais experientes, palestras com mesa redonda de discussão, grupo de estudo com troca de experiência, cursos dentro da própria instituição, além de incentivar e facilitar aos professores a participação em cursos de formação em outras instituições especializadas e renomadas para que sejam alcançados os objetivos do seu Projeto Pedagógico”, destaca a pedagoga.

É importante ressaltar que, várias escolas têm critérios durante a escolha dos profissionais e se preocupam com a qualidade dos professores. Porém, como ressalta a pedagoga, “infelizmente, sabemos que há muitos profissionais que são acomodados e resistentes às mudanças e, com isso, atrapalham o processo de construção dos saberes de seus alunos. O professor comprometido, além de aproveitar tudo de bom que a escola lhe oferece, consegue ainda, aprimorar seus conhecimentos, independentemente da instituição onde trabalha. Há uma gama de sites sérios onde ele pode sanar dúvidas e buscar sugestões de trabalhos e projetos espetaculares, bem como cursos online que poderão acrescentar muito à sua formação. O bom educador necessita de aperfeiçoamento permanente para acompanhar as constantes mudanças no processo educacional e o transletramento que a educação tem percorrido”.

Para Christianne, a falta de atualização, muitas vezes está relacionada à escassez de tempo, de recursos financeiros e muitas vezes até mesmo, à falta de interesse, visto que professores doutores estão ganhando salários tão defasados que desestimulam nossos profissionais a se empenhar em fazer até mesmo, uma pós-graduação”.

“A reflexão do professor sobre sua prática diária também é muito importante para reforçar o positivo, rever suas falhas e repensar novas estratégias para solução das dificuldades apresentadas pelos alunos em sala de aula”, alerta Christianne.

Em qualquer área, estar atualizado é essencial! Quando falamos de ensinar e cuidar de crianças não é diferente! Eu faço aqui um alerta para os pais: estejam também atualizados e sejam presentes na escola! É muito importante saber como anda o aprendizado, o desenvolvimento e a postura do seu filho dentro da escola! Toda educação começa dentro de casa!

Uma escola preocupada com os seus alunos e funcionários, segundo Christianne, é aquela que “tem uma coordenação pedagógica forte, que consegue orientar e nortear o trabalho dos professores, para melhor atender a demanda dos alunos de sua escola. Quanto ao professor qualificado dentro da escola, ele enriquece o grupo; é generoso e transmite aos demais os caminhos do seu sucesso, a partir da acolhida a seus alunos, da segurança com que conduz seus projetos; tem sempre um ótimo contrato didático com sua classe; ultrapassa com seus alunos os muros escolares, pesquisando e debatendo os temas atuais e acontecimentos importantes da sua comunidade e do planeta. Enfim, incentiva a todos, colegas e alunos, a encarar com tranquilidade e buscar solucionar os desafios que envolvem o dia a dia da escola”.

E é isso que todos querem (pais, coordenadores, professores, alunos): professores felizes e aptos a difícil função de educar! E que sejam acolhedores e tenham amor pela profissão!

Termino com um alerta da pedagoga: “a criança que se sente rejeitada poderá desenvolver um sentimento de menos valia que pode prejudicar seu rendimento escolar e a capacidade de se relacionar com as pessoas e situações conflituosas do dia a dia. Gosto muito quando o Lukesi diz que devemos ‘… acolher o aluno no seu ser e no seu modo de ser’. Penso que deve ser assim que o professor precisa receber o aluno, acolhendo-o de braços e coração abertos, como ele é com suas qualidades e defeitos, para depois operacionalizar as mudanças necessárias. Isso demanda afeto! E afeto, em minha opinião, é a mola propulsora da educação. Se tratados com respeito e carinho, a criança se sente valorizada, segura, percebe que não é ‘só mais um’, a dinâmica de sala de aula flui melhor e o processo de ensino e de aprendizagem ocorre de forma mais tranquila”.

É isso, papais e mamães! Espero que vocês, assim como eu, encontrem uma escola onde seu filho seja amado e respeitado! Um bom professor vale por mil!

 

 

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