O nascimento do bebê é um dos momentos mais esperados pelos pais! Um misto de ansiedade, alegria, euforia, amor… Tudo junto! Assim que os pais saem do hospital com aquele serzinho mais amado do mundo, já está na hora de marcar a primeira consulta! Como assim? Em uma entrevista muito especial, conversamos com o Dr. Renilson Rodrigues, pediatra e gastroenterologista infantil (Natal, Rio Grande do Norte) que nos explicou tudo sobre a primeira consulta do bebê.
“O recém-nascido deve ser levado ao consultório pediátrico, de preferência, ainda na PRIMEIRA SEMANA DE VIDA! Nesta consulta, serão avaliadas diversas questões em relação ao momento do parto e a evolução da criança nesse período. Além disso, também serão esclarecidas possíveis dúvidas dos pais em relação ao manejo da criança e o acolhimento de suas queixas, para que não haja prejuízos ao bebê nesse primeiro estágio”, explica Dr. Renilson
É importante dizer que, “muito embora se saiba que o recém-nascido não tem suas defesas estabelecidas e ainda não tomou todas as vacinas, não há necessidade de uma preocupação em relação ao horário em que deve ocorrer a consulta, podendo ser pela manhã ou tarde. Contudo, caso possível, recomendo que procure agendar a consulta para os primeiros horários, no intuito de evitar exposição excessiva do bebê”. Porém, mamães, se não for possível, o importante é levar seu filho ao pediatra para que ele comece o acompanhamento. Isso é prioridade!
Uma dúvida muito comum dos pais é sobre o que é feito na primeira consulta, afinal, ao nascer, o bebê já foi avaliado por um pediatra que estava presente no momento do parto. Só para lembrar, essa avaliação é feita rapidamente e constata apenas as principais questões do bebê ao nascer como peso, tamanho, se apresenta alguma necessidade específica, testes obrigatório, entre outros. Claro que tudo isso é essencial! Mas não substitui uma consulta imediata com o pediatra; é ele que vai acompanhar por um longo tempo o seu filho. Como afirma o Dr. Renilson, “nessa primeira consulta, o pediatra irá colher a história clínica do bebê e verificar parâmetros como a mamada, o ganho de peso, comprimento, tamanho da cabeça, presença de icterícia (pele amarelada), se a criança está ativa, reativa, cor das fezes, a urina e possíveis alterações/problemas que possam existir. É imprescindível levar o CARTÃO DA CRIANÇA nessa e em todas as consultas. Nele constam, além das informações relacionadas à vacinação, informações de gráficos de desenvolvimento e dados dos exames realizados ainda na maternidade ou logo após a alta, como o teste do pezinho, do olhinho, da orelhinha, da linguinha e do coraçãozinho (caso os resultados desses exames não estejam anotados no cartão, é importante levar os resultados para que o pediatra possa preencher os dados)”.
É muito importante também que os pais relatem todas as questões “sobre o comportamento fisiológico da criança desde o momento do nascimento até a consulta. Esses comportamentos incluem os hábitos alimentares (a mamada), as evacuações (frequência e aspecto), a atividade do sono, a frequência do choro e qualquer possível suspeita, por mínimas que sejam, dos pais em relação a doenças ou distúrbios no bebê”, destaca o pediatra.
Essa é uma consulta demorada, pois além das dúvidas dos pais (que chegam, muitas vezes, ansiosos), “é obrigação do pediatra fazer uma história clínica e exame físico bem cuidadoso”, lembra Dr. Renilson.
Um alerta: é super comum os pais chegarem ao consultório com muitas dúvidas, que, algumas vezes, como destaca o Dr. Renilson, “ocorrem por falta de conhecimento e segurança na veracidade das informações, por vezes adquiridas por meio de parentes, conhecidos e até da internet. Nesse sentido, a função do pediatra é transmitir confiabilidade e tratar essas questões como um meio de aplacar as angústias dos pais”. Na maioria das vezes, relata o pediatra, “a natureza das perguntas são sobre a normalidade de alguma manifestação observada no bebê, tais como:
- é normal o bebê ter cólicas nos primeiros meses?
- regurgitar o leite após as mamadas?
- fazer cocô várias vezes ao dia ou passar dias sem evacuar?
- dormir muito ou quase não dormir?
- o bebê chorar muito durante o dia e até de madrugada?
Entre outras dúvidas que vão desde o umbigo, cor da pele, aspectos das fezes, se o leite materno é fraco, sobre a alimentação, até o uso de medicamentos por parte da mãe”.
Assim que nasce um bebê, nascem também pais! E, por ser algo diferente na rotina do casal, é um momento de incerteza, ansiedade e de adaptação. “Por isso é importante que o médico capte os sentimentos dos pais, tranquilize-os sobre o que é normal e analise, com base nos relatos, o que pode sinalizar uma doença ou distúrbio no bebê”, diz Dr. Renilson.
Durante o primeiro ano de vida do bebê, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as consultas devem ser mensais! “Nelas serão avaliados e acompanhados o CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO, AMAMENTAÇÃO, VACINAÇÃO, ALIMENTAÇÃO (esquema de introdução de novos alimentos) e INVESTIGAÇÃO de possíveis ALTERAÇÕES. Em casos de suspeita de doenças as consultas devem ser antecipadas”, destaca o pediatra.
Por último, é válido dizer que os pais devem sempre relatar ao médico todas as suas dúvidas e o mesmo deve esclarecê-las e, sempre que possível, “estar disponível para resolver as situações mais comuns no consultório e encaminhar para urgência apenas os casos de maior gravidade”. Mais ainda, “deve ficar claro aos pais que consultas por meio de redes sociais, e-mail ou telefone devem ser evitadas, pois sempre se faz necessário a presença da criança para fazer um exame físico minucioso e evitar que patologias possam passar despercebidas ou diagnósticos errados. Esses canais, quando disponibilizados pelo médico, deve ser para tirar dúvidas e minimizar condutas erradas. Não realizar consultas via WhatsApp por exemplo, é uma questão de segurança para o seu filho”, conclui o Dr. Renilson.
Então, mamães e papais, fiquem atentos e não deixem passar as datas das consultas do seu filho; afinal, um filho é o bem mais precioso que temos e, cuidar dele é algo que tem que ser feito com muito amor e responsabilidade!
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