Na gravidez, as mulheres passam por várias mudanças tanto físicas quanto hormonais e emocionais. O acompanhamento profissional, o pré-natal são essenciais para a saúde da mãe e do bebê. Muitas mulheres, durante a gestação, apresentam Diabetes Gestacional. O nome assusta um pouco, porém, com os cuidados necessários, é possível se tratar e até evitar o problema!

Para nos explicar sobre esse assunto, entrevistei a Dra. Silvia Bicalho, médica endocrinologista da Assessoria Médica do Hermes Pardini.

Dra. Silvia Bicalho. Foto Leo Lara/Árvore de Comunicação

O diabetes gestacional “é uma intolerância a carboidratos que se inicia durante a gestação e não preenche os critérios diagnósticos de diabetes franco. Na maioria das vezes, inicia-se a partir da segunda metade da gestação, período em que a gestante desenvolve uma ligeira diminuição da tolerância à glicose. Devemos diferenciar o diabetes gestacional do diabetes pré-gestacional (tipo 1 ou tipo 2), que surge antes da gestação”, afirma Dra. Silvia. Quando ocorre essa diminuição da intolerância à glicose, pode ocorrer, segundo a Dra. Silvia, o prejuízo da capacidade funcional das células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina, surgindo, então, o diabetes gestacional.

A endocrinologista explica que “algumas gestantes têm maior risco de desenvolver o diabetes gestacional.

– Idade avançada (geralmente acima de 35 anos);

– Sobrepeso, obesidade (IMC>25kg/m²) antes da gestação ou no primeiro trimestre, ou ainda ganho de peso excessivo na gestação atual;

– História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau;

– Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gestação atual;

– Antecedentes obstétricos de abortos de repetição, malformações fetais, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou diabetes gestacional;

– Síndrome de ovários policísticos;

– Uso de medicamentos que possam causar aumento da glicose”.

As grávidas devem estar atentas e fazer o acompanhamento médico de forma regular, afinal, na maioria dos casos, a gestante não apresenta quaisquer sintomas! Como destaca Dra. Silvia, “o diagnóstico é feito nos exames de rotina do pré- natal. É feita a dosagem da glicemia de jejum na primeira consulta do pré-natal. Além disso, todas as pacientes sem diagnóstico de diabetes devem realizar um teste oral de tolerância à glicose entre a 24ª e 28ª semana da gestação”.

O cuidado é muito importante, pois o diabetes gestacional traz vários riscos para a mãe e para o bebê, como alerta a Dra. Silvia.

RISCOS PARA A MÃE

– Polidrâmnio (líquido amniótico aumentado)

– Maior risco de ruptura das membranas amnióticas e parto prematuro

– Desenvolver Pré- eclampsia e eclampsia

– Maior frequência de cesarianas

– Mortalidade aumentada (complicações hipertensivas e obstétricas)

– Risco de recidiva de diabetes gestacional em gestações subsequentes

– Risco de desenvolvimento no futuro de diabetes tipo 2, dislipidemia e hipertensão

RISCO PARA O BEBÊ

– Macrossomia fetal (recém-nascido com mais de 4kg)

– Asfixia perinatal e traumatismo no parto

– Hipoglicemia

– Icterícia e policitemia

– Síndrome do desconforto respiratório

– Hipocalcemia

– Risco aumentado de obesidade e Diabetes tipo 2 na idade adulta

Um ponto muito importante é que o diabetes gestacional precisa ser tratado durante a gravidez “O tratamento durante a gestação é muito importante para evitar ou minimizar as complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. O mais importante é o controle da alimentação, do peso e a prática de atividade física. Se necessário, será feito o uso de medicações para o controle da glicose”, afirma a endocrinologista. E mais, “Na maioria das vezes, os níveis da glicose normalizam após o parto, mas é necessário um acompanhamento após a gestação. Conforme informado anteriormente, a mulher que teve diabetes gestacional possui um risco maior de desenvolvimento de diabetes tipo 2 no futuro”, destaca Dra. Silvia.

Cabe dizer ainda que “o risco de desenvolver diabetes gestacional em uma segunda gravidez é maior naquela pessoa que teve em uma primeira gestação”, diz Dra. Silvia. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental!

Mas há boas notícias para as mamães: o diabetes gestacional pode ser evitado. A Dra. Silvia destaca que “o controle do peso antes da gestação ou no primeiro trimestre e o controle do ganho de peso durante a gestação são fatores muito importantes para reduzirmos a incidência de diabetes gestacional. A prática de atividade física e o controle alimentar também são fundamentais”.

Então, mamães, cuidem-se e façam todas as consultas necessárias! E, principalmente, fiquem tranquilas e curtam a barriga enorme, tenho certeza que terão saudade dela depois!

 

*Matéria feita em parceria com a Cristina Sanches, da Árvore Gestão de Relacionamentos.

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