Quando engravidamos, nossos sonhos mudam por completo! O coração que bate dentro de nós, muda todas as pulsações de nosso corpo! Esperamos ansiosas para ver a carinha tão sonhada, para abraçar, sentir o cheiro, cuidar e amar o pequeno ser que está dentro de nós!

Desde a descoberta da gestação, já começamos a sonhar com os dias que virão! Pensamos em tudo: nas roupinhas que vamos vestir no bebê, onde vamos levá-lo, quais as brincadeiras faremos e, até, com o futuro que ele pode ter! É algo indescritível!

Hoje, dia 08 de março, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, não podia deixar de homenagear as mães (e todas as mulheres)! Sendo assim, trago para vocês uma história linda e emocionante, que prova que não é preciso ver o sol para ser luz na vida das pessoas!

A Natália Brandão é mãe de duas meninas lindas! Apesar de ser feliz com a vida que levava, trabalhando e cursando bacharelado em Administração, foi com a maternidade que Natália descobriu a maior felicidade da sua vida! “Quando eu e o André (meu companheiro de vida) nos casamos, em janeiro de 2013, decidimos que, no mesmo ano, queríamos aumentar a família.  No mês de abril engravidei! Era a realização de um sonho! Acho que cheguei a contar até para o padeiro, enquanto comprava pão. Porém, poucos dias depois sangrei, na alma e no corpo. Perdíamos nosso primeiro bebê.  Uma dor imensurável,  que se transformou em força após a superação. Logo depois da liberação médica, decidimos tentar mais uma vez. Mas, dessa vez, não foi tão rápido como prevíamos. Passou-se um, dois, três, seis, oito meses até finalmente estarmos gostando um novo bebê, nossa esperada Heloísa”, relata Natália.

A partir de então, tudo mudou na vida do casal! A felicidade era tanta que Natália abriu mão de sua carreira para ficar exclusivamente com a Helô! “Não queria perder um minuto da nossa vida juntas! Desejei amamentar e nos empenhamos tanto que a Helô, no auge dos seus três anos e meio, ainda é a maior bezerrinha que conheço. Ela mudou minhas noites de sono e meus dias, antes tão atarefados, resumiam-se, principalmente, em amamentar e trocar fraldas. Mas, o mais importante, é que Helô mudou a minha alma; trouxe-me pureza e o amor mais incrível que existe”, declara a mamãe.

A doce Heloísa

Se ser mãe de uma menina já era bom, ser mãe de duas então! Apesar de não ter sido programada, a segunda gestação de Natália trouxe muito mais amor para a família. “Quando Helô estava com um ano e meio, descobri a gravidez da Sophia! Não estávamos programando outro bebê para aquele momento, apesar de já sonharmos com um segundo filho. Foi uma surpresa maravilhosa”, conta Natália.

Natália com sua pequena Sophia

E mais, durante a gestação, a mamãe passou tão bem que não se lembra de uma dor de cabeça sequer! Bom demais, né?! “Sophi nasceu de exatas 41 semanas, em um parto natural, 12 minutos depois que chegamos ao hospital. Foi assim que ela chegou para nós: de forma intensa e maravilhosa! Foi tudo tão tranquilo, um dia memorável”, relembra Natália.

Tudo estava como sonhado e esperado! Mas, a vida às vezes muda alguns planos, porém, sempre para melhor! Basta colocarmos o amor acima de tudo para vermos o que quisermos ver! Mesmo nos momentos mais difíceis, temos a certeza de que Deus nos coloca no colo e diz: “Siga em frente! Eu estou aqui”!

André com o sol chamado Sophia

E com a Natália e o André não foi diferente! “No dia seguinte, percebi que a Sophia ainda não abria os olhinhos e, passeando pelo hospital, reparava que ela era a única, mas eu tinha certeza que ela estava acordada quando choramingava para mamar. O neonatologista solicitou uma conversa particular com o meu marido e eu e, então, ele disse que suspeitava de uma síndrome genética e acabou pontuando algumas características da Sophia: face alongada, implantação baixa de orelhas e cavidade ocular distante. Eu olhava para ela e só enxergava a minha filha!  Não conseguia observar nada diferente. No mesmo dia, ao realizar o teste do coraçãozinho, mais uma alteração: realizou-se um ecocardiograma com dopler e a constatação de que Sophi era cardiopata. Foi a primeira vez que senti medo. Não um medo de perder um emprego ou algo assim; um medo esmagador.  Orei, clamei e supliquei para que Deus permitisse viver minha menina”, relata Natália.

E não parou por aí! “Com o passar dos dias, recebemos uma infinidade de diagnósticos: hipotireoidismo,  anoftalmia, má formação na coluna, má formação da mandíbula e parte interna da boca, dermatite atópica, síndrome genética de cromossomo extranumerário (ela possui um cromossomo a mais) e, acreditem, alguns diagnósticos a mais”, conta a mamãe.

E sabem o que é mais lindo nessa história? Que ela não é triste! Pelo contrário, é muito feliz e de muito amor! A Natália e o André nunca se desesperaram!

Família

“Acreditamos fielmente que tudo tem um propósito! Acredito que cada pessoa no nosso caminho tem papel fundamental. André é o pai, a pessoa mais tranquila da face da terra, nosso porto seguro, apoiador e incentivador! Lembro-me da primeira vez que conversamos, ao chegar da maternidade, e ele dizer que talvez não fosse a Sophia que precisasse de nós e, sim, nós que precisássemos dela! Foram as palavras mais certas que já ouvi. Sophia é a maior bênção da nossa família e não valeria a pena viver sem nos encontrarmos com ela”, emociona-se Natália.

Heloísa, que na época tinha pouco mais de dois anos, mostrou aos pais que não existe dificuldade que não possa ser superada com amor.

Natália conta que Heloísa, com sua inocência de criança, em sua primeira conversa com os pais após a chegada da Sophia, “perguntou por que a irmãzinha não abria os olhinhos para elas se conhecerem. Eu expliquei que Sophi não tinha olhinhos. Ela, na pureza e ingenuidade que só uma criança pode ter, respondeu-me dizendo que eu poderia tirar um olhinho dela e dar para a Sophia: ‘pode tirar, mamãe, e dar para Sophi’! Chorei naquele dia e choro hoje ao lembrar! Naquele dia tive a confirmação de que além de irmãs na carne, elas seriam irmãs de almas.  E assim vem sendo”.

Amor de irmãs

Segundo a mamãe, “a Heloísa é uma menina forte, determinada e decidida. Qualquer um que passa cinco minutos ao lado da Helô nota essas características. Ela toma as próprias decisões! Às vezes, temos a impressão que moramos com um adulto em miniatura. Ela é doce, empática e observadora; é uma menininha incrível. Preocupa-se com todos e não conheço ninguém da nossa convivência que não seja apaixonado por ela”.

“Já a Sophia, não é apenas um raio de sol; ela é o sol completo. Calma, serena, tranquila; qualquer pessoa sente paz apenas de estar ao seu lado. É a bebê mais risonha do mundo! Ama receber beijinhos, ama de verdade, e qualquer beijinho que damos, ela retribui com os sorrisos mais doces do mundo. Ela é forte!  Muito forte e resistente! Às vezes tenho vontade de sair correndo com ela para um lugar que ninguém possa alcançá-la! Ela já passou por tantas e tantas coisas e, no fim, mesmo com o rostinho ainda molhado de lágrimas, só de ouvir minha voz e receber meu colo, o choro cessa imediatamente e o sorriso vem, brilhante como o sol. Um dia quero ter a força que ela tem”, descreve Natália.

Ser mãe é especial! É sorrir quando o filho sorri, é chorar quando o filho chora, é amar acima de tudo! A vida de Natália e André não é fácil, mas é cheia de luz e amor! “Nossos dias são os mais intensos e felizes possíveis! Não há um dia sequer que eu não acorde com o coração grato pela vida; não temos mais espaço para reclamar. Temos tudo, temos um ao outro e isso é o maior presente. Sophia tem muitos acompanhamentos médicos! A agenda dela é preenchida de segunda a sexta com fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, estimulador precoce, pediatra, cardiologista, endocrinologista, dermatologista  e tantos outros profissionais que vêm colaborando tanto para o desenvolvimento dela”, relata a mamãe.

Natália conta que “nem todos os dias são fáceis! Tivemos, recentemente, uma greve de fome de 65 dias! Nesses dias, ela sequer engoliu uma gota d’água! Esses dias nublados vez ou outro dão as caras por aqui, nos permitimos chorar, mas apenas por uma noite e no outro dia tomamos a força do mundo todo! Nosso combustível? O sorriso da Sophia e, principalmente,  a fé que temos em saber que Deus zela por nós e por nossa pequena a cada instante do dia”.

“Nunca me senti tão completa e feliz como hoje! A Sophia é mais que a nossa caçulinha, é o elo que nos permite ainda mais proximidade. Já éramos muito felizes antes dela chegar por aqui, mas, o vínculo que temos juntos, o André e eu, depois do seu nascimento não pode ser mensurado”, declara Natália.

E o que falar do amor? “Muitas pessoas dizem que Sophi me escolheu para ser a mãe dela. Eu realmente acredito que nos escolhemos;  eu não seria a mulher feliz, realizada e forte que sou hoje sem ela, a minha maior lapidadora. Helô me tornou mãe e Sophi me tornou uma mãe especial! Helô, mais que a nossa primogênita, é a minha companheira, tem uma capacidade admirável de colocar-se no lugar do outro! Nunca, nem sequer por um momento, é possível observá-la com ciúme ou reclamando da atenção que damos para a Sophia, pelo contrário, é a maior companheira e motivadora da irmã! É o amor mais lindo que já conheci. Nessa jornada, não tenho dúvidas que Helô também foi escolhida. O amor para mim ganhou um novo significado: resignação, resiliência, nunca desistir e, o principal, viver a vida substituindo o seu eu para o outro, para a Sophia, a Heloísa e o André. E, ao invés de perder, você é quem mais sai ganhando, porque quando o amor é verdadeiro, ele volta para você em proporções inimagináveis. Ser mãe é ser incrível! Você é a pessoa mais importante, amada e desejada na vida de alguém.  Dá para mensurar isso?”, conclui Natália.

Não tenho mais o que dizer! Parabéns a essa linda família que é exemplo de amor, força e fé!

Se você também quer contar a sua história, escreva para: carolina.canalinfantil@gmail.com

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