Ter uma boa relação com os filhos é o desejo de todos os pais! Sabemos que não é fácil, mas, com amor e respeito, tudo se resolve e é possível viver bem e em harmonia.

Recebi vários e-mails com perguntas de pais sobre como agir dentro de casa. Para responder, conversei com a Zélia Alves Vianna, que é Professora, Coordenadora Pedagógica, Psicopedagoga, Professora de curso de capacitação de professores e autora de livros pedagógicos.

Zélia Alves Vianna

Em primeiro lugar, é preciso que os pais entendam que, dentro de casa, existe uma hierarquia. Pais são responsáveis pelos filhos. “A atenção e o respeito com que os pais tratam os filhos, não podem provocar a inversão da ordem na relação entre essas partes. Os pais são os adultos da relação e isso precisa ficar muito claro sempre, especialmente quando se trata da negociação dos limites. O exercício da autoridade dos pais é essencial para a formação do respeito e da moral da criança, pois ela motiva os pequenos a construir, por si mesmos, as regras de conduta pautadas na reciprocidade. A criança precisa do referencial dos pais, para a construção do seu próprio referencial”, explica Zélia.

Uma dúvida que muitos pais têm é sobre a amizade com os filhos. Devemos ser pais ou amigos? É possível ser os dois sem estragar a relação? Segundo Zélia, “é muito importante que os pais possam desenvolver uma relação amistosa com seus filhos, no entanto, têm o dever de educá-los, estabelecendo os limites necessários, especialmente na infância, quando se inicia e se intensifica a formação dos valores, da ética e dos bons costumes. Há uma grande distância entre ser ‘pai amigo’ ou ser amigo. A inversão desses papéis pode ser danosa e se dá principalmente na adolescência, quando alguns pais e mães querem projetar nos filhos e filhas tudo o que não viveram na sua própria juventude. Não queiram se vestir como eles, nem entrar para a turma deles. Quando os pais entram para a turma dos seus filhos, quem irá exercer o papel dos pais em seu lugar? Vocês, pais, precisam ser o porto seguro dos seus filhos, os amigos eles vão buscar em outros grupos sociais. E ao se sentirem perdidos pelos reveses da vida, eles precisam saber que podem contar com vocês”.

Nos dias atuais, com tanta informação, trabalho, estresse, é quase impossível não haver discussões entre os casais. E, a grande maioria, acontece dentro de casa; por vezes, na frente dos filhos. Mas, isso pode ser perigoso e afetar o emocional da criança. “Respeito, afeto e outros valores as crianças aprendem através dos exemplos, inicialmente dados pelos pais. Se o modelo de relacionamento demonstrado pelos genitores é permeado por discussões que envolvem violência física ou verbal, essa aprendizagem fica bastante comprometida. Brigar na frente dos filhos é um ato de violência psicológica, que via de regra afeta o comportamento das crianças, gerando nelas sentimento de culpa, desobediência às normas estabelecidas, causando, ainda, em muitos casos, diversos distúrbios como: timidez, insegurança, irritabilidade, além de contribuir, muitas vezes, para o baixo rendimento escolar”, alerta Zélia.

Além disso, como destaca a psicopedagoga, “crianças submetidas a um ambiente familiar conflituoso o reproduzem em vários outros relacionamentos, além do escolar. Os pais são responsáveis por construírem, juntos, um ambiente familiar que dê segurança emocional aos seus filhos. Para que isso ocorra, marido e esposa precisam aprender a dialogar de forma respeitosa, evitando debater situações polêmicas diante dos filhos, principalmente em situação de estresse. E, nunca, em hipótese alguma, um deve desautorizar o outro diante dos filhos. As discordâncias a respeito das normas têm que ser resolvidas entre o casal. Atitudes simples, como respirar fundo, contar até dez, nunca faz mal a ninguém em situação de desequilíbrio emocional”.

A boa relação vai além de colocar limites! É preciso que o ambiente seja calmo, tranquilo e que possua afeto e respeito, acima de tudo!

Zélia ressalta que “conviver é uma tarefa difícil para qualquer pessoa ou grupo social. As crianças iniciam essa aprendizagem em casa, nas relações familiares. Os pais são os responsáveis por proporcionar o bom exemplo, administrando os conflitos entre si e nas interações com os filhos”.

Para concluir, seguem algumas dicas, dadas pela Zélia, que poderão ajudar as pessoas a construir uma vida familiar mais harmônica:

  • Todas as relações familiares devem ser pautadas pelo respeito e prudência;
  • Ouvir o outro com atenção e não interromper sua fala;
  • Antes de fazer uma crítica, mostre as qualidades da pessoa e, sendo criança, diga que tal atitude não combina com ela;
  • Manter a calma ao falar e utilizar um tom de voz suave, em qualquer situação;
  • Usar de tolerância para facilitar a compreensão do outro;
  • Procurar ver o lado bom de toda situação; no mínimo o erro poderá ser encarado como construção de acerto;
  • Desculpar-se diante de um equívoco com o firme propósito de se corrigir;
  • Fazer pelo menos uma refeição por semana em família, aproveitando para saber e falar dos bons acontecimentos dos últimos dias;
  • Colaboração de todos da família na realização das tarefas caseiras;
  • Independentemente do crédulo, fazer orações em família ou pelo menos criar o hábito de uns abençoarem os outros, principalmente à noite, antes de dormir.

“Embora sabendo que não existe receita para uma relação familiar equilibrada, espero que eu tenha contribuído de alguma forma, ao reforçar, na minha opinião, o eixo básico para uma convivência familiar saudável”, afirma Zélia.

É isso, papais e mamães! Conviver não é fácil, mas pode ser muito prazeroso! Basta saber ouvir os filhos, parceiros e levar a vida de forma mais leve e com mais amor!

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