A matéria de hoje é sobre uma das vacinas mais importantes: a BCG! Para responder às dúvidas que tenho recebido por e-mail, entrevistei a Dra. Priscila Saleme, médica coordenadora de vacinas do Hermes Pardini, que explicou por que a BCG deve ser tomada o quanto antes.

A vacina BCG, segundo a Dra. Priscila, “é composta pelo bacilo de Calmette-Guérin, o qual é obtido através do enfraquecimento de uma das bactérias causadoras da tuberculose. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as vacinas BCG são umas das mais antigas do mundo e foram usadas pela primeira vez em humanos em 1921. A BCG vem sendo utilizada há décadas e é considerada uma das principais estratégias de controle das formas graves da tuberculose nos países em que essa doença apresenta importância epidemiológica”.

Por prevenir “as formas mais graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar”, como destaca a Dra. Priscila, os pais devem vacinar os filhos o mais cedo possível. A médica explica que, “de acordo com a OMS, em países com alta incidência de tuberculose, a vacina deve ser administrada o mais precocemente possível, de modo que a criança esteja protegida antes de ser exposta ao agente infeccioso”. Por isso, a orientação de levar o bebê para tomar a vacina logo após a saída da maternidade.

Vale ressaltar que não há nenhum cuidado a ser feito antes de dar a vacina. Após aplicada, “de acordo com a OMS, 95% dos vacinados com a BCG apresentam uma reação no local da aplicação, a qual é caracterizada por uma pequena elevação local que pode evoluir para uma úlcera. Esse quadro, quando ocorre, pode demorar até uns cinco meses para melhorar e cicatrizar. Esse processo é considerado esperado para essa vacina. No entanto, podem ocorrer outros eventos como reações locais tais como abscessos e ulcerações mais graves, dentre outros, os quais podem requerer tratamento médico.  Assim, é fundamental o acompanhamento de um profissional com experiência em vacinas para esclarecimento de todas as dúvidas que os pais podem apresentar durante esse processo”, ressalta a Dra. Priscila.

A médica ainda explica que, “após a vacinação, não se deve colocar produtos ou curativos no local. Diante de qualquer dúvida, os responsáveis pela criança devem sempre procurar orientação de um profissional com experiência em vacinação”.

Um alerta: apesar de ser uma vacina segura e muito importante, “a BCG é contraindicada para prematuros com peso inferior a 2 kg, situação em que deve-se adiar a vacina até o ganho do peso; crianças com deficiências de imunidade e recém-nascidos de mães que fizeram uso de medicamentos capazes de induzir deficiência de imunidade no bebê durante a gestação”, destaca a Dra. Priscila.

Uma dúvida muito comum dos pais é por que fica aquela marquinha no braço. A médica explica que “frequentemente, a vacina deixa uma cicatriz característica no local em que foi aplicada, com até 1 cm de diâmetro. Essa cicatriz é uma reação esperada e é usada como indício da vacinação. No entanto, o Ministério da Saúde recomenda que, para  crianças vacinadas e que não apresentarem nenhum vestígio de cicatriz vacinal após seis meses da vacinação, deve-se revaciná-las, apenas uma vez, mesmo que não apresentem cicatriz novamente”.

Além disso, para quem não sabe, a BCG é comumente aplicada no braço direito pois o “Ministério da Saúde recomenda que seja feito assim para facilitar a identificação da cicatriz vacinal. Caso não seja possível usar o direito, o braço esquerdo pode ser usado, desde que seja feito um registro adequado dessa circunstância no cartão da criança”.

Então, papais e mamães, não deixem de vacinar os seus filhos! É muito importante estar com o cartão de vacinação em dia. E, diante de qualquer dúvida, procurem profissionais com experiência em vacinação para esclarecimento.

 

*Matéria realizada em parceria com a Cristina Sanches, da Árvore Gestão de Relacionamentos.

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