Todo mundo sabe quais são os cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Mas, você sabia que eles são fundamentais para que o indivíduo se desenvolva e processe todas as informações recebidas?
Para comemorar o Dia do Fonoaudiólogo (09/12), profissional que cuida da saúde e dos diversos aspectos da comunicação humana, o Blog Canal Infantil resolveu publicar um texto, de autoria da fonoaudióloga Renata Lerman, sócia-fundadora da Clínica Sentidos (Belo Horizonte, MG), sobre a importância da integração sensorial. Confiram!
Renata Lerman
Primeiramente, é importante explicar que integração sensorial é a capacidade do indivíduo de processar as informações recebidas através dos sentidos! Portanto, quando há um transtorno do processamento sensorial, significa que há uma incapacidade de verificar as informações adequadamente.
Os nossos sentidos nos ajudam a receber, a interpretar, a assimilar e a responder as informações que recebemos o tempo todo do ambiente. Desde o nascimento, somos bombardeados com os estímulos de fora, que vão mudando a medida que crescemos, e aprendemos a organizá-los adequadamente. Vários fatores influenciam nesse processo e, quando há alguma dificuldade, pode-se refletir em várias funções do desenvolvimento das crianças: na fala, linguagem e comunicação em geral; na atenção; nas funções orais como sucção, mastigação, deglutição, respiração; no brincar; no andar; no correr; no pular; ler, escrever…
De acordo com estudos, todo ato motor (falar, andar, comer, escrever…) tem como pré-requisito um ato sensorial, ou seja, a grosso modo, precisamos sentir para responder de forma motora. Um exemplo: para falar um fonema, a criança precisa sentir o movimento e a postura dos órgãos fonoarticulatórios, perceber e graduar força e respiração (quantidade de ar necessária para produzir determinado som) para que consiga articular a fala de forma inteligível.
Cabe dizer que essas alterações podem vir isoladas ou associadas a alguma patologia de base, podem ser decorrentes de fatores como prematuridade e até superproteção familiar impedindo que a criança experimente e vivencie situações como se lambuzar com um prato de fruta e/ou comida, pisar descalça na grama, entre outras.
Na clínica, é muito comum recebermos crianças com transtorno do processamento sensorial associadas a dificuldades de alimentação, alteração de fala e linguagem, alterações posturais, dificuldades de aprendizagem, crianças com atraso de desenvolvimento não especificado ou com algum diagnóstico neurológico como autismo, síndrome de down, paralisia cerebral, entre outros.
Portanto, vale salientar que, muitas vezes, as dificuldades sensoriais não são percebidas pela sua origem e, sim, pelos sinais e sintomas que elas acarretam e pelas alterações funcionais.
Os pais devem sempre observar as crianças e o seu desenvolvimento e estar atentos as dificuldades e, em caso de dúvidas, procurar um especialista, dependendo de cada caso, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta que atuem nessa área específica.
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