Sabemos que os estímulos são fundamentais na vida de qualquer criança. Quanto antes iniciados, mais chances a criança tem de absorver as informações, afinal, o cérebro está em desenvolvimento. No caso de uma criança com alguma limitação, os estímulos devem ser cuidadosamente realizados, sempre com o acompanhamento de um profissional.

Conversei com a Fonoaudióloga, Marcelle Miguel, que é especialista em reabilitação e explicou como as crianças devem ser estimuladas.

“Os estímulos, na vida de uma criança, são de suma importância, pois quanto mais estímulos um cérebro infantil receber, mais células nervosas são ativadas e mais conexões são criadas entre elas. Ou seja, os estímulos são essenciais para o desenvolvimento das funções cerebrais necessárias para gerenciar informações, expressar emoções de forma adequada e tornar-se eficiente na linguagem”, destaca Marcelle.

Muito se fala em quando devemos começar a estimular nossos filhos. Segundo a profissional, “desde quando ainda se encontra na barriga da mãe! Afinal, ainda dentro do útero, a criança já experimenta o mundo auditivo. Cada vez mais os pesquisadores confirmam ‘os bebês são capazes de aprenderem ainda no útero’. São capazes de escutar e reconhecer a voz da própria mãe. A dica é: não é necessário comprar livros e DVDs, por exemplo, sobre estimulação fetal, pois conversar com o bebê já é um estímulo e tanto”.

Vale ressaltar que os pais têm papel importantíssimo na vida dos filhos! E com a estimulação não é diferente! “Os pais têm um papel fundamental no desenvolvimento dos filhos. Percebemos que muitos pais sentem dificuldades em encontrar um limite entre superproteger e cuidar dos filhos. O equilíbrio é o ideal para que tudo venha cursar naturalmente. Em pesquisas, em crianças com QI mais elevados, viu-se que elas tiveram brinquedos para se divertir, livros para aprender e atenção dos pais para se sentirem amadas. Percebo que atualmente esses papéis dos pais têm sido relevados e trocados pela tecnologia e por terceiros que acabam desempenhando esse papel e concluímos a interferência direta no desenvolvimento dos pequenos. Os pais têm um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, elas precisam de amor e carinho para o desenvolvimento de sua capacidade afetiva. O diálogo irá melhorar a linguagem e o brincar aumentará a capacidade da sua imaginação e criatividade. Os pais precisam sim oferecer estímulos, porém respeitar sempre o limite do seu filho”, destaca Marcelle!

No caso de crianças com alguma limitação, a estimulação também é essencial, porém, deve-se sempre procurar uma orientação profissional para certos tipos de exercícios. Como explica Marcelle, “o estímulo vai depender, pois quando falamos em alguma ‘necessidade especial’ é algo vasto e singular ao mesmo tempo. Cada caso é único e deve ser avaliado para identificar a sua real necessidade, com a finalidade de perceber se será indispensável a intervenção de um estímulo precoce, ou um estímulo mais acentuado para o desenvolvimento”.

Os pais devem estar atentos e procurar ajuda quando entenderem necessário. “Assim que perceberem algo que difere do desenvolvimento normal, os pais devem procurar um profissional para avaliar a criança. É claro que não é fácil enxergar um problema no filho, mas é aí que está a chave para ajudar a promover o crescimento do seu filho. Qual pai ou mãe não luta todos os dias para que ele seja feliz? Os pais têm sempre um filho ‘PERFEITO’ que foi idealizado, e, às vezes, não conseguem aceitar o filho real, assumir que ele é diferente do esperado. É difícil não se culpar, não se decepcionar. Outra dificuldade pode ser a de não querer acreditar que o filho tem algum problema e sempre buscar uma justificativa para a dificuldade dele. Aceitar a realidade não significa que você falhou. Buscar o quanto antes intervenção é o melhor! A estimulação precoce resulta respostas determinantes para a qualidade de vida da criança”, alerta Marcelle.

Na reabilitação, “a estimulação precoce irá buscar o melhor desenvolvimento possível; por meio da mitigação de sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor. Será determinante um programa adequado para uma intervenção, se necessário multiprofissional; visando promover um melhor ganho de habilidades para essa criança”, afirma Marcelle.

Procurar ajuda é amar o seu filho e querer o melhor para ele! Para terminar, Marcelle deixa um recado para os pais: “acredito que podemos iniciar com a brincadeira, pois não há estímulo mais prazeroso do que o contato. As crianças irão se desenvolver a partir do momento em que perceberem a necessidade de interagir, ou seja, podemos dizer que é a vontade de se relacionar com outras pessoas que vai ativar o desejo de se comunicar, se movimentar e expressar o que sente”. Por isso, tenha tempo para o seu filho! Brinque com ele, ame sem limites, conte histórias… Você é a melhor pessoa para ele!

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