VOCÊ SABE A IMPORTÂNCIA DESTAS PROFISSÕES NA VIDA DAS CRIANÇAS?
No dia 13 de outubro é comemorado o dia do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional. Para homenagear estes profissionais que dedicam suas vidas a ajudar pessoas com alguma necessidade específica, fizemos uma matéria muito legal na Clínica Sentidos, de Belo Horizonte, que trata apenas de crianças e foi fundada por Isabela Campos (fisioterapeuta), Raquel Leite (terapeuta ocupacional) e Renata Lerman (fonoaudióloga).
Muitas vezes, a Terapia Ocupacional e a Fisioterapia andam juntas, mas é importante deixar claro que são duas especialidades distintas. A Terapia Ocupacional, segundo nos explica Raquel Leite, abrange pessoas de todas as idades e visa a prevenção, o tratamento e a intervenção no indivíduo que apresenta alteração física, emocional, social, motora, psicológica, mental e sensorial. Muitas vezes, essas alterações prejudicam e interferem no dia a dia da pessoa. Sendo assim, “a terapia ocupacional utiliza-se de atividades e tecnologias diversas para conseguir fazer essa intervenção e promover a independência e a autonomia da criança, na busca de um melhor desempenho funcional e na prevenção de atraso no desenvolvimento. Nosso objetivo é que ela dê conta de se relacionar e conviver com outros indivíduos no seu dia a dia”, destaca Raquel. Quando uma criança apresenta uma dificuldade ou atraso, a terapeuta vai trabalhar com atividades relacionadas à vida cotidiana da mesma, como por exemplo, aprender a trocar de roupa. Parece uma ação simples, mas, como ressalta Raquel, “para a criança que apresenta uma dificuldade, o trocar de roupa pode ser bem mais difícil; o incômodo da etiqueta, a roupa do avesso. Então, nós fazemos um treino com a criança”.
Raquel afirma ainda que “como o projeto é focado em trabalhar as habilidades de uma criança que apresenta uma dificuldade, usamos muito atividades, recursos, tecnologias por meio do brincar, das atividades lúdicas. Temos abordagens como a integração sensorial, o bobath, mas utilizamos muito do brincar para chegarmos ao objetivo do tratamento da criança, porque ela precisa de brincar”.
Já a Fisioterapia é a ciência que trabalha com os distúrbios do movimento, como relata a fisioterapeuta Isabela Campos, “que podem ser causados por alguma lesão ortopédica, questão neurológica, algum trauma ou acidente. Na pediatria, no trabalho com criança, buscamos a reabilitação para que ela tenha maior independência possível, restaurar maior índice de funcionalidade e de qualidade de vida, que é o grande objetivo da fisioterapia”.
“Dentro das especialidades atendidas, os casos mais comuns são de crianças com paralisia cerebral; com síndromes variadas; aquelas que estão dentro do espectro autista; que possuem atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor (mesmo sem ter algum outro fator associado); uma fraqueza muscular; uma alteração postural. A fisioterapia vai atuar em todas essas patologias buscando sempre o objetivo que é a funcionalidade e qualidade de vida”, afirma Isabela.
Um fator muito importante é quando começar o tratamento da criança. Tanto na fisioterapia quanto na terapia ocupacional, quanto mais precocemente os pais colocarem a criança na terapia melhor, pois acelera o processo de evolução e pode até prevenir que a criança desenvolva outras dificuldades decorrentes da que ela apresenta. Como destaca Isabela, “existem vários artigos e vemos muito na prática clínica que dos 0 ao 7 anos é a chamada ‘idade de ouro’ de estímulo da criança, pois é a fase em que o indivíduo tem a maior plasticidade neural, ou seja, é quando consegue-se fazer mais conexões neurais, tendo maior aprendizagem motora”. Mas, é claro que, se a criança iniciar uma terapia após essa idade (7 anos), não significa que ela não terá evolução, pelo contrário, “sempre o estímulo vai promover algum benefício”, afirma a fisioterapeuta.
Isabela ressalta que, “muitas vezes, existem limitações que atrapalham a intervenção precoce, pois algumas crianças demoram a receber um diagnóstico ou o médico demora a perceber algum atraso. Então, a criança demora a chegar até nós por falta de informação para procurar o profissional especializado o quanto antes”.
Um detalhe muito importante quando a criança apresenta uma dificuldade é o cuidado que se deve ter com os pais! Quem tem filho sabe que o nosso amor pelos filhos é enorme e, se eles sofrem, sofremos mais ainda. Para ajudá-los, temos que receber ajuda também! Somos uma família! Sobre isso, Raquel destaca a assistência que é dada à família para que ela lide com a dificuldade da criança, compreenda e direcione melhor como vai ser o caminho da criança na escola, na vida cotidiana.
Infelizmente, os profissionais não têm como prever o tempo de duração do tratamento, pois, como afirma Isabela, “quando se trata de criança, é muito difícil definir o tempo, pois tem que ver como cada uma recebe, absorve e processa os estímulos. O tempo de aprendizagem é único para cada criança”.
Mas, o ponto mais importante e que os pais devem estar muito atentos é a participação da família frente às terapias que estão sendo feitas, afinal, o tempo maior a criança passa em casa, na escola, com os pais e familiares. É preciso seguir as orientações dos terapeutas, reproduzi-las em casa, ter comprometimento com a assiduidade das sessões e agir de forma a complementar o trabalho da terapia nos demais momentos da criança e não só nos 30 minutos, uma hora de sessão. Isso vai influenciar diretamente na evolução do indivíduo. “Não queremos que os pais sejam terapeutas, de forma alguma, mas sim que, os estímulos recebidos nas sessões de terapia sejam utilizados em outros ambientes como em casa, na escola, na pracinha, em um aniversário. O nosso objetivo é trabalhar com a criança, dar alta e ela dar conta de sair daqui e vivenciar as intervenções mundo afora”, explica Raquel.
Como sabemos, tudo o que é feito com amor, tem um resultado melhor! E com a terapia ocupacional e a fisioterapia não é diferente. O amor é fundamental no tratamento dos pacientes, afinal, os terapeutas se envolvem com aquelas crianças. Como bem afirma Isabela, “não chega para nós uma criança a ser tratada, mas uma família, uma história; e todos precisam ser acolhidos para o tratamento fluir. Além disso, é importante a criança também se sentir bem, gostar e confiar no profissional. Trabalhamos com as dificuldades; a criança chora, mas ela sempre quer voltar”. Isso nos mostra que o amor tudo facilita!
Por isso, papais e mamães, amem e cuidem sempre dos seus filhos! Tudo o que vocês puderem fazer para ajudá-los, façam o quanto antes e, sempre, com MUITO AMOR!!!
Não se esqueça de escrever para nós: carolina.canalinfantil@gmail.com