O estresse é considerado por muitos especialistas como o mal do século XXI. E de fato a vida adulta traz situações frequentes de tensão, com emprego (ou a falta dele), relacionamentos, contas a pagar, pouco tempo para dar conta de todas as responsabilidades, pandemia, etc. No entanto, o que muitas pessoas não percebem é que o estresse pode afetar de forma séria, também, adolescentes e crianças, até mesmo as muito pequenas.

O grande problema é que o estresse infantil, muitas vezes, passa desapercebido pelos adultos, principalmente porque acreditamos coletivamente que a infância é uma fase da vida com poucas responsabilidades, muitas brincadeiras e fantasias. “Só que o estresse nada mais é do que uma resposta do organismo às demandas que enfrentamos no dia a dia. Da infância até a fase adulta, essas demandas vão mudando, mas elas vão estar presentes em todas as fases do ciclo de vida humano, exigindo atenção e a criação de estratégias de enfrentamento e adaptação”, explica Luciana Hodges, doutora em psicologia cognitiva e supervisora pedagógica da Educação Infantil do Colégio CBV.

A especialista explica que é comum os pais e famílias não saberem identificar os sinais de que seus filhos estão estressados ou em sofrimento mental. “Nós, adultos, sabemos falar o que nos incomoda. Mas a comunicação verbal, na maioria das vezes, não é a maneira principal da criança expressar suas necessidades, conflitos, emoções e sentimentos”, afirma. Por isso, explica a psicóloga, é preciso que os adultos e a escola estejam muito atentos aos comportamentos dos pequenos.

“Algumas mudanças são percebidas em contextos específicos, como súbita desobediência ou o aparecimento repentino de comportamentos agressivos, enquanto outras são mais generalizadas e identificadas em diversos contextos mais subjetivos”, completa Luciana. A criança pode se apresentar mais ansiosa e ter pesadelos constantes, insônia e comportamentos regressivos, como voltar a fazer xixi na cama ou apresentar gagueira, por exemplo.

Podem surgir dificuldades na aprendizagem, na atenção, na concentração e nos relacionamentos interpessoais. “Também podem aparecer sintomas físicos, como asma, doenças dermatológicas, dores de cabeça e dores abdominais”, diz a supervisora pedagógica CBV, reforçando que todos os hábitos diários da criança, desde a forma de brincar – fonte riquíssima de conhecimento sobre os pequenos – até o seu padrão de sono e alimentação, dizem muito sobre a sua personalidade e o que está sentindo.

“Todos esses aspectos podem nos falar sobre aquilo que a criança ainda não expressa claramente em palavras. E se a percepção for a de que realmente ela está tendo dificuldade em lidar com as demandas do seu dia a dia, o primeiro passo deve ser refletir sobre o seu estilo de vida e fazer mudanças na sua rotina, a fim de identificar e diminuir os fatores que desencadeiam o estresse. É importante também encontrar estratégias saudáveis para o gerenciamento do estresse, uma vez que novas demandas sempre surgirão”, finaliza Luciana.

Assessoria de Comunicação: VOZ Comunicação

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