No dia 28 de julho é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. O Canal Infantil não poderia deixar de trazer uma matéria sobre esse assunto para vocês. Mas, afinal, o que são hepatites virais e quais os riscos das doenças?

Para falar sobre o tema, entrevistei a Dra. Priscila Saleme, médica infectologista e responsável pelo setor de vacinas do Hermes Pardini.

Dra. Priscila Saleme – Foto: Divulgação

“As hepatites são doenças em que ocorre, predominantemente, uma inflamação do fígado. Elas podem ser secundárias a várias causas como o consumo abusivo de álcool, o uso de alguns medicamentos, a infecção por alguns vírus, dentre outros. No entanto, o principal tipo de hepatite observado é aquele causado pelo vírus da hepatite. A Hepatite viral é uma doença que pode ser causada por cinco diferentes tipos de vírus: o vírus da Hepatite A, o da Hepatite B, o da Hepatite C, o da Hepatite D e o da Hepatite E. No Brasil observamos um predomínio dos casos de Hepatite A, B e C”, explica a Dra. Priscila.

DADOS IMPORTANTES

A médica destaca que, “de acordo com o último Boletim Epidemiológico da Secretaria em Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde de 1999 a 2017, foram notificados 587.821 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 164.892 (28,0%) são referentes aos casos de hepatite A, 218.257 (37,1%) de hepatite B e 200.839 (34,2%) de hepatite C”. Por isso não podemos deixar de vacinar as crianças!

VACINAS

Hoje, no mercado, segundo a Dra. Priscila, “estão disponíveis apenas as vacinas contra as formas de hepatites A e B. Tratam-se de vacinas eficazes e acessíveis à população. Elas podem ser encontradas tanto no setor público, para pessoas em situações específicas, quanto no setor privado para a população em geral. Por outro lado, ainda não há no mercado nenhuma vacina para a Hepatite C, apesar de já termos estudos em andamento”.

FORMAS DE CONTÁGIO

Um alerta é com relação às formas de contágio da doença. A Dra. Priscila destaca que “o contágio pode ocorrer através da ingestão de alimentos e água contaminados, no caso dos vírus da hepatite A e E; ou através de sangue, sêmen e secreções corporais infectadas, como nos casos da B, C e D”.

SINTOMAS

Os principais sintomas, após o contato com o vírus, “são febre, fadiga, náusea, vômitos, perda de apetite, dor abdominal, urina escurecida, fezes claras e pele amarela. No entanto, a maioria dos infectados não apresenta sintomas. Após o contágio, é possível que ocorra a resolução do quadro ou que o vírus permaneça no organismo por um período maior que seis meses, ocasionando a forma de hepatite crônica. Isso é o que se observa na maior parte dos casos diagnosticados de hepatite B e C crônica, responsáveis pela maior parte dos casos de cirrose e câncer hepático do mundo”. No caso de qualquer suspeita, procurar um médico imediatamente! Só ele poderá realizar o diagnóstico corretamente. E quanto mais precoce, melhor!

DIAGNÓSTICO

“O diagnóstico é feito através de exames de sangue. A realização desses exames é fundamental, pois a maioria dos portadores de hepatite B e C não sabe de sua condição, o que aumenta o risco de transmitirem o vírus para outras pessoas e ainda desenvolverem uma doença hepática mais avançada”, alerta a Dra. Priscila.

TRATAMENTO

Para quem não sabe, “existem medicamentos disponíveis tanto para o tratamento da hepatite B quanto o da hepatite C, os quais são disponibilizados gratuitamente pelo Ministério da Saúde”, afirma a médica.

E, lembrem-se, a vacina ainda é a melhor forma de prevenção contra as hepatites A e B. “Devido à importância dessas doenças, é fundamental que todos procurem por um serviço de saúde especializado em vacinação e solicite a avaliação de seu cartão de vacinas”, destaca a Dra. Priscila.

*Matéria feita em parceria com a Cristina Sanches, da Árvore Gestão de Relacionamentos.

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