Que os animais são muito importantes na vida das crianças, todo mundo sabe! Mas eles podem ajudar muito mais! Um dos exemplos é a EQUOTERAPIA.

Para quem não conhece, “equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como recurso terapêutico dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e ou necessidades especiais (ANDE Brasil – Associação Nacional de Equoterapia)”.

O Canal Infantil entrevistou a terapeuta ocupacional Franciele Benfica (Belo Horizonte, MG), que trabalha com equoterapia e nos ajudou a entender mais sobre essa terapia tão importante.

Apesar de nem todos conhecerem, a equoterapia tem crescido muito e apresentado vários benefícios! Ela pode ser indicada, como afirma Franciele, “por qualquer profissional da área da saúde ou educação ou até mesmo ser buscada pelos pais. No entanto, antes de iniciar os atendimentos, é necessário que o praticante passe por uma avaliação médica, psicológica e fisioterápica”.

Geralmente, a equoterapia é muito procurada, “em casos de doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares, sequelas de traumas, doenças mentais, distúrbios psicológicos, comportamentais, de aprendizagem e linguagem. O público comumente mais atendido é com acidente vascular encefálico, paralisia cerebral, lesão medular, mielomeningocele (defeito congênito que afeta a espinha dorsal), transtorno de hiperatividade e déficit de atenção e autismo”, ressalta a terapeuta ocupacional.

Segundo Franciele, “a idade mínima para iniciar os atendimentos de equoterapia é de um ano, com exceção de alguns casos específicos, como a Síndrome de Down, em que só pode ser iniciada após três anos de idade”.

Dentre os principais benefícios estão “ganho de amplitude de movimento, aumento de força muscular, melhora da postura, do equilíbrio, desenvolvimento de lateralidade e noção espacial, percepção do esquema corporal, coordenação motora global e fina, melhora da autoestima e autoconfiança, socialização, linguagem, desenvolvimento psicomotor, autonomia, estímulo proprioceptivo, tátil e vestibular, dentre outros”, afirma a terapeuta ocupacional. Mas, ela ressalta que “os benefícios vão variar de acordo com as demandas, habilidades e envolvimento de cada praticante”.

Os pais sempre ficam ansiosos pelos resultados. Mas, deve-se ter em mente que toda terapia (qualquer que seja) não tem um prazo certo, definido. Tudo vai depender do retorno apresentado pelo paciente. E cada criança é única! Umas se desenvolvem mais rápido, outras não. Franciele destaca que “o tempo de tratamento na equoterapia varia de acordo com a patologia, as demandas de cada praticante e o envolvimento deste no tratamento; podendo os objetivos serem alcançados a curto, médio ou longo prazo”.

Os casos de sucesso na equoterapia são muitos. “Mas tudo depende de diversos fatores, dentre eles, a frequência do praticante aos atendimentos, o tipo de patologia, a evolução da doença, a aceitação e o envolvimento do praticante no tratamento”, afirma Franciele. Por isso, é muito importante a família ter paciência e realmente seguir todas as orientações passadas pelo profissional. Vale dizer que, grande parte do sucesso da terapia está no que se faz fora dela. A criança deve realizar os comandos dados pelo profissional em todos os seus ambientes e não só durante as sessões de terapia.

Quando realizada por um terapeuta ocupacional, é importante dizer que “ele irá trabalhar sobre as demandas de cada praticante, com intuito de gerar impacto na aquisição de autonomia e independência em atividades de vida diária e promover melhora no desempenho de habilidades funcionais. O seu trabalho na equoterapia deve ser construído a partir das capacidades do praticante, buscando superar suas limitações, devendo sempre ser modificado à medida que o praticante evolui. Visa à integração do praticante na sociedade, proporcionando a ele benefícios físicos, psicológicos, educacionais e sociais”, afirma Franciele.

Cabe ressaltar ainda que, “dentre as intervenções realizadas, o terapeuta ocupacional tem a função de modificar e adaptar o ambiente e ou materiais, oferecendo ao praticante situações terapêuticas que promovam estímulo vestibular, tátil, proprioceptivo, auditivo e visual, com intuito de promover organização destas informações, buscando respostas adaptativas adequadas às demandas do ambiente”, destaca Franciele.

Uma questão muito interessante é que a equoterapia vai muito além do montar em um cavalo e realizar exercícios. Como explica a terapeuta ocupacional, “os cuidados com o cavalo, como o ato de montar, alimentar, escovar e dar banho no animal são situações que representam um problema novo para o praticante, por meio do qual a criança tem a oportunidade de descobrir as estratégias e maneira apropriada de lidar com tais situações. Essa relação, por si só, já contribui para o desenvolvimento da criança em relação aos aspectos sociais, educacionais e psicológicos, gerando novas formas de socialização, afetividade, autoconfiança e autoestima. Já o ato de montar, além de promover diversos benefícios motores, relacionados à coordenação motora, força e equilíbrio, permite à criança a vivência de sentimentos de liberdade, independência e capacidade”. Fantástico, não?!

E como todos os pais se preocupam com os riscos das atividades e/ou terapias feitas pelos filhos, Franciele destaca que “a equoterapia é definida como um método terapêutico seguro, chancelado pelo Conselho Federal de Medicina, no entanto, não podemos negar que envolve riscos inerentes ao comportamento de um ser vivo, o qual é o cavalo (ANDE Brasil). Mediante algum estímulo aversivo ao animal ou situações inesperadas pelo mesmo, este pode reagir de forma imprevisível, às vezes prejudicial ao praticante. Devido a isso, é de extrema importância o uso dos equipamentos de segurança, como o capacete e o conhecimento dos profissionais a cerca dos riscos, dos procedimentos de segurança e do comportamento do animal que está sendo utilizado”.

Então, papais e mamães, a equoterapia, como podem ver, é uma terapia excelente para crianças. Porém, conheçam e busquem indicações de locais sérios para a realização dessa terapia. Jamais façam em qualquer lugar!

 

Quer saber mais sobre equoterapia ou outras terapias? Escreva para nós: carolina.canalinfantil@gmail.com

 

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