Quando temos um filho, desde o seu primeiro dia de vida, já começamos a pensar em tudo o que podemos oferecer a ele. Queremos o melhor! E, o que muitos não sabem, é que existe uma atividade que pode ser feita a partir dos dois meses de vida e pode ajudar muito no desenvolvimento do bebê: a HIDROTERAPIA! Conversamos com a enfermeira e consultora em amamentação, Ellen Rocha, responsável técnica pelo Vila Baby Spa (Nova Lima, MG), que nos contou um pouco sobre essa terapia!

A hidroterapia é uma terapia aquática, que pode ser realizada a partir de oito semanas de vida, ou seja, dois meses, até o bebê completar 15 quilos. Mas, como ressalta Ellen, “no caso de bebês prematuros, a idade deve ser corrigida, isto é, se o bebê nasceu com 37 semanas, vamos considerar dois meses a partir da data que ele completaria 40 semanas”. Ellen explica que a atividade é “realizada em uma piscina com água quente (37 graus, temperatura do útero materno), pois o grande objetivo é promover um ambiente que traga a memória intrauterina e a segurança que o bebê sentia dentro da barriga da mãe. Essa água é tratada com ozônio (sem qualquer produto químico). O ozônio, além de esterilizar a água, é altamente bactericida e ainda faz bem para a pele (tratamento de dermatite, assadura). Para a hidroterapia, é colocada uma boia circular de pescoço no bebê, que foi desenvolvida anatomicamente para atividades de natação com bebês”.

Um detalhe muito interessante é que, como afirma Ellen, “quanto antes o bebê começar na atividade, maior a chance de ele frequentá-la por mais tempo. O bebê tem memória intrauterina até os cinco, seis meses de idade. E, assim, ainda possui habilidade para nadar; afinal de contas, durante nove meses, foi o que ele fez dentro da barriga. Se ele começar a hidroterapia após esse período, ele já começou a perder essa memória, e é possível que tolere a boia por menos tempo. Claro que vai depender muito da aceitação de cada bebê, pois tudo é feito com muito respeito. Tem bebês que não querem mais fazer a hidroterapia enquanto outros não querem parar”.

Piscina onde é realizada a hidroterapia

BENEFÍCIOS

A hidroterapia traz vários benefícios para o bebê! Segundo a enfermeira, “durante a atividade, a criança acalma, relaxa e se sente mais segura. Porém, os benefícios mais importantes dessa terapia são o desenvolvimento neuropsicomotor e o fortalecimento cardiorrespiratório”. Mas não é só isso, “trabalha-se também a consciência corporal, a segurança, a autonomia, pois o bebê fica sozinho na piscina (é claro que não é sozinho, gente. Além do responsável, a enfermeira acompanha, orienta e avalia todos os sinais apresentados pela criança durante a sessão). Assim, ele vai entendendo que, dentro da piscina, ele pode viver certas experiências que dependem apenas dele”.

E, para os papais e mamães que sofrem com as cólicas do bebê, a hidroterapia pode ser uma ótima aliada!

Ellen afirma que essa terapia traz um grande alívio para a dor sentida pelo bebê! “Como a cólica, normalmente, vem ao entardecer, as mamães trazem seus filhos por volta das 15 horas para que seja realizada a hidroterapia, a fim de evitar que a cólica aconteça”, destaca.

E com relação ao sono?

“A hidroterapia ajuda na regulação do sono dos bebês, que é outra coisa que preocupa muito os pais”, afirma Ellen.

Fantástico, não?!

SESSÕES

Ellen explica que a hidroterapia, geralmente, é realizada uma vez por semana (em alguns casos, após ser feita uma anamnese da criança, são feitas duas sessões semanais), durante 15 minutos, em um horário em que o bebê costuma estar mais desperto e pode ser em sessões individuais ou coletivas (no caso de bebês gêmeos ou mães irmãs, amigas que querem seus filhos juntos na piscina). “Porém, para não agitar os bebês, colocamos apenas seis pessoas na sala de hidroterapia, entre bebês e acompanhantes)”, destaca a enfermeira. Após a sessão, aplica-se na criança a shantala, que é uma técnica de massagem cheia de benefícios (vou tentar fazer uma matéria só sobre esse assunto e posto para vocês). “Nosso objetivo é cuidar dos bebês em parceria com as famílias, para ajudar no desenvolvimento”, afirma Ellen.

RISCOS

Todos os pais, ao colocar os filhos em uma atividade, preocupam-se com os possíveis riscos apresentados. Ellen explica que não há riscos na hidroterapia, porém, “é muito importante o acompanhamento de um profissional capacitado, pois temos bebês prematuros, com hipotonia, que demandam maior atenção. No caso dos prematuros, por exemplo, alguns nascem com um pequeno sopro no coração (é comum) que, a medida que a criança cresce e se desenvolve, esse sopro vai fechando. Temos bebê cardiopata que precisa da hidroterapia para se fortalecer. Mas precisamos ter um profissional qualificado que saiba como agir, caso perceba que o bebê está ficando cansado”.

Vale lembrar que, apesar de relaxar, a hidroterapia é muito cansativa! “Quinze minutos de sessão (que é o normal), para um bebê que está ocioso, visto que ele saiu da barriga da mãe há dois meses, é muito cansativo. Enquanto ele estava no útero materno, ele era ativo. Após o nascimento, ele passa a ficar parado”, afirma Ellen.

DICA PARA OS PAIS

“No mercado, hoje, não existe atividade para bebês tão pequenos. É uma ilusão acreditar que seu bebê tem um corpo e uma mente que ainda não podem ser trabalhados. O bebê está em um momento em que tudo o que for proposto, ele vai receber 100%. Destaco aqui que o nosso corpo é a única fisiologia que quanto mais você gasta, melhor ela fica. Todas as demais, quanto mais se trabalha, pior fica. O corpo humano é surpreendente: quanto mais você o utiliza, mais capacitado ele fica”, ressalta Ellen.

Sendo assim, os pais devem sempre buscar orientações, conversar com o pediatra, com profissionais das mais diversas áreas, conhecer as atividades, as terapias para escolher o melhor para o seu bebê! A hidroterapia é uma opção muito bacana e, como destaca Ellen, no Brasil, o Vila Baby Spa, em Nova Lima (MG), foi o primeiro espaço a realizar a atividade, apesar de ser muito comum em outros países (Londres, por exemplo).

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