Estamos vivendo um momento muito diferente, triste e preocupante com a Covid-19. E um dos assuntos mais comentados é a redução alarmante que a população brasileira está sofrendo. Além dos grandes números de óbitos, o país registra uma queda na taxa de natalidade neste período. Em março de 2021, foram 13 nascimentos para cada 10 óbitos no país. Em 2020, nesta mesma época, a taxa era de 22 para 10.
O mesmo levantamento, feito com base em dados de cartórios da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), mostra que neste mês (abril/2021), pela primeira vez, oito estados vêm registrando menos nascimentos do que mortes, ainda que os dados não estejam consolidados. A grande parte dos estados brasileiros registrou mais enterros do que partos, de janeiro de 2020 a abril de 2021.
Para falar sobre esse assunto e esclarecer algumas dúvidas, conversei com a Dra. Maria Cecília Erthal, Diretora-médica e especialista em Reprodução Humana Assistida. Confiram!
– Qual seria o maior motivo da queda de natalidade?
O principal motivo foi a incerteza, no início da pandemia, sobre os efeitos do coronavírus sobre o feto e na gestação propriamente dita. As mulheres foram desaconselhadas a engravidar porque a evidência científica não tinha provado a segurança dessa virose na gestação. Hoje em dia sabemos que não ocorre a transmissão vertical do vírus, ou seja, o feto está protegido pela barreira placentária, porém, já existe evidência de aumento nas taxas de complicações obstétricas, principalmente no terceiro trimestre da gestação.
– O novo coronavírus pode estar relacionado a abortos no caso de mães infectadas?
Apesar de sabermos que o coronavírus não atravessa a placenta, é fato que qualquer infecção que ocorra na gestação aumenta as taxas de abortamentos pelo estresse que a infecção causa no organismo materno.
– Qual é o conselho para mulheres que não querem abrir mão do sonho de ser mãe e desejam engravidar este ano?
A situação ideal é que aguardem a vacinação para então engravidarem. Para aquelas que são tempo sensíveis, ou seja, mulheres nas quais a perda de tempo pode causar um dano irreversível na chance da gravidez acontecer, aconselhamos que engravidem logo.
Dra. Maria Cecília Erthal
Diretora-médica e especialista em Reprodução Humana Assistida.
- Graduação em Medicina pela Universidade Gama Filho
- Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro
- Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) pela Febrasgo
- Especialista em vídeoendoscopia ginecológica (vídeo-histerospia e vídeolaparoscopia)
- Delegada Regional da seção Rio de Janeiro da Sociedade de Reprodução Humana
- Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/
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