Para começar a semana, quero falar sobre um livro muito legal que terminei de ler com o Matheus: “A Vaca Macaca”, da Cepe Editora.

Escrito por Eduardo Cesar Maia e ilustrado por Ildembergue Leite, o livro conta a história de Tetê, uma vaquinha muito especial. Sua casa era uma grande e tranquila fazenda, onde moravam várias vacas e também o Touro Miro. Mas Tetê era diferente… Enquanto todos os animais tinham pintas pretas pelo corpo, as de Tetê eram amarelas e se destacavam muito. Além disso, Tetê não gostava das brincadeiras de vaca, da vida vagarosa dos pastos, do sabor do capim… Ela queria algo a mais!

O touro Miro sempre dizia que ficar dentro do cercado do pasto era mais seguro, mas a vaquinha sempre olhava a imensidão que havia fora dali. Até que um dia, Tetê viu um grupo de macacos pulando de galho em galho e se encantou com as habilidades daqueles seres peludos e diferentes. Foi então que ela decidiu imitá-los e se divertir.

Mas a sua alegria durou pouco… Durante seus saltos (desengonçados, afinal, uma vaca não sabe pular como um macaco), todo o rebanho e também os macacos começaram a rir e a zombar de Tetê. Sua felicidade se transformou em tristeza…

Porém, algo aconteceu: Baldo, um dos macacos, que também ria daquela cena, resolveu entrar no pasto e desenhar no chão com um pequeno galho. O que será que ele estava fazendo? Seria algo para zombar de Tetê mais ainda? Ou ele mudaria toda aquela situação e faria Tetê se sentir feliz de novo? Isso eu não vou contar! Mas posso dizer que o livro é muito legal e aborda temas como amizade, respeito, inclusão, brincadeiras…

Ah, e para contar um pouquinho mais sobre como surgiu “A Vaca Macaca”, conversei com o Eduardo, autor do livro, jornalista, professor e, principalmente, pai da Lara e da Marina.

Confiram a entrevista e se encantem com a vaquinha Tetê!

CANAL INFANTIL – Como surgiu a ideia de escrever o livro?

EDUARDO CESAR MAIA – A concepção da história surgiu, digamos, “naturalmente”. Todas as noites, para colocar minha filha mais velha (Lara) para dormir, eu tinha três alternativas: cantar músicas que ela gostava, ler livrinhos infantis ou inventar na hora estorinhas para ela. Em uma das tentativas de invenção meio “improvisada” me surgiu o nome “Vaca Macaca”. Não havia ainda nenhum enredo, somente a sonoridade engraçada dessas palavras colocadas lado a lado e a imagem de uma vaca tentando imitar movimentos de um macaco. Depois disso, mantive por algumas noites a mesma personagem, com variações de enredo. Até que, numa tarde, sentei em frente a meu computador de trabalho e resolvi dar um tratamento literário mais elaborado e finalmente registrar uma versão oficial da origem da vaquinha… Assim surgiu a Vaca Macaca.

CANAL INFANTIL – Qual a faixa etária indicada?

EDUARDO CESAR MAIA – Eu acho que a Vaca Macaca pode ser compreendida por crianças de todas a partir dos 3 ou 4 anos (Lara tinha 3, quando inventei para ela). Evidentemente, crianças com mais idade terão uma compreensão mais complexa da alegoria. Tenho recebido relato de crianças de até 10 ou até 12 anos (pré-adolescentes!) que amaram a vaquinha.

CANAL INFANTIL – Qual a importância da leitura na infância?

EDUARDO CESAR MAIA – A leitura e, em particular, a leitura literária é fundamental para termos uma visão mais complexa, completa e sensível do “livro do mundo”. Nós temos diversas formas de contato com a realidade – hoje as formas audiovisuais são as hegemônicas –, mas acredito que nada pode substituir a leitura. Os livros ainda são e serão sempre parte fundamental do ideal de formação intelectual e da sensibilidade individual dos seres humanos. Quem lê mais e melhor a literatura – desde a infância – tem a preciosa chance de ler mais e melhor o mundo em que vive.

CANAL INFANTIL – Você é jornalista, crítico literário, escritor… Como foi escrever um livro infantil?

EDUARDO CESAR MAIA – Foi uma experiência muito diferente de tudo que já fiz… Foi um trabalho extremamente prazeroso em todas as etapas. A invenção original, a transformação em palavra escrita, o acompanhamento das ilustrações (feitas pelo talentosíssimo Ildembergue Leite) e, por fim, as finalizações editoriais: para mim tudo foi incrível porque todo o tempo eu pensava em como Lara receberia o livrinho pronto. Fiquei muito feliz de ter dado isso para ela e espero que ela guarde esse “presente” para sempre.

 CANAL INFANTIL – Qual a sua dica, como pai, para que os pais possam aproveitar mais os momentos de leitura com os filhos?

EDUARDO CESAR MAIA – A dica que me ocorre é aproveitar ao máximo o tempo dessas leituras. Explico: acho que, com os pequenos, não basta simplesmente contar as estorinhas e mostrar as ilustrações; é preciso conversar sobre o enredo, sobre os personagens, perguntar o que acharam e como interpretaram tudo. Além disso, tentar estabelecer relação entre a ficção e o mundo deles. Não se trata de explicar tudo para os pequenos, mas explorar a fantasia deles e trocar ideias sobre o mundo.

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