Todos os pais querem que seu filhos comam de forma nutritiva e saudável, não é mesmo? E as frutas são alimentos que não podem faltar na alimentação das crianças. Mas como incentivar as crianças a comerem mais frutas? Por meio de uma história muito especial!

Acabei de ler um livro que me deixou encantada: “Conversa Frutífera”, da Cepe Editora. Escrito por Clara Nogueira e Gilberto Clementino Neto e ilustrado por Kaká Leal, o livro conta a história de uma família que leva para casa uma sacola cheia de frutas. Ao colocá-las sobre a mesa, vira uma verdadeira festa! Cada fruta quer falar um pouco sobre as suas características.

Apesar de belas e saborosas, muitas frutas não conseguem ver suas qualidades e acabam ficando tristes. Na nossa vida também temos momentos assim… Quantas vezes não conseguimos enxergar o quanto somos belos e especiais?

“Conversa Frutífera” é um livro que fala sobre alimentação saudável, diferenças e nos ensina muito sobre olharmos para as nossas diferenças de uma maneira especial! Todos nós somos diferentes e isso é o que nos torna únicos! E é preciso uma fruta para mostrar a todas as outras como elas podem ser belas e felizes! Que fruta será essa? Tem que ler o livro para descobrir!

E para contar um pouco mais sobre esse livro tão lindo, conversei com os autores, Clara e Gilberto, e como a ilustradora Kaká. Confiram a entrevista e se encantem por essa “Conversa Frutífera”!

ENTREVISTA CLARA NOGUEIRA E GILBERTO CLEMENTINO NETO

Os autores Gilberto Clementino Neto e Clara Nogueira

CANAL INFANTIL – Como surgiu a ideia de escrever o livro “Conversa Frutífera”?

CLARA E GILBERTO – O livro surgiu de maneira muito natural. Primeiro como uma história que era contada pra José, meu filho (na época com cerca de quatro anos), à noite antes de dormir. José amava frutas e aos poucos, ele ia perguntando o que cada fruta falava e eu ia inventando os diálogos entre elas, os sentimentos de cada uma. Os primeiros personagens foram as frutas que tínhamos no quintal e das que José tinha hábito de comer. Desse jeito, a cada noite a história crescia mais um pouco. Em seguida, começamos a contá-la também pra Lia, filha de Giba, que é quase da mesma idade de José. Anos depois, também contamos a história pra Pilar, nossa filha, que até hoje pede pra ouvi-la antes de dormir. Como sabíamos que a história era muito legal, que as crianças realmente gostavam dela, pensamos em escrevê-la. Giba, então, um dia tornou essa história oral em texto literário, com a mesma base de antes, mas com um ritmo próprio. De certa forma, já tínhamos testado a história com nossos filhos, de modo que ficou mais fácil saber quais eram as suas maiores qualidades. Já com a “Conversa frutífera” prontinha, procuramos a Cepe, que acolheu a história e convidou Kaká, que fez uma ilustração muito linda, que engrandeceu ainda mais a história. Estamos muito felizes em poder oferecer às mães, pais e cuidadores uma historinha pra ninar e alegrar as crianças.

CANAL INFANTIL – Qual a faixa etária indicada?

CLARA E GILBERTO – Acreditamos que, a princípio, essa história é mais indicada pra crianças entre 2 e 8 anos. Mas claro que pode ser aproveitada por leitores de todas as idades.

CANAL INFANTIL – Falar sobre alimentação em um livro pode mudar a visão das crianças sobre saúde?

CLARA E GILBERTO – Certamente. No caso de “Conversa frutífera”, pensamos que a história pode contribuir pra criar uma outra relação com as frutas, que já são parte do dia a dia alimentar de todos, ou deveriam ser. Aproveitamos algumas características de cada uma delas pra poder criar uma interação que fosse ao mesmo tempo alegre e educativa, e isto com certeza deve contribuir pra que as crianças não só vejam as frutas com um olhar brincante, como também pra que aprendam por intermédio delas essa lição valiosa, de que cada pessoa é especial à sua própria maneira, assim como cada fruta tem seu sabor.

CANAL INFANTIL – Vocês costumam contar histórias para os seus filhos?

CALARA E GILBERTO – Sempre. É um momento muito especial na vida de quem cuida de crianças, e pra nós é assim também. Um momento de muito carinho, de fantasia. Em nossa vivência, é especialmente antes de dormir que contamos histórias pros nossos filhos. É o momento que antecede o sonho e que, também por isso, é muito aberto à imaginação. Essas histórias depois passam a fazer parte do nosso cotidiano, como referências pra vida, como uma imaginação compartilhada. Hoje, Lia e José, nossos filhos mais velhos, já estão quase (quase!) chegando na idade de preferir ler sozinhos, por conta própria, e têm suas preferências formadas, que nós continuamos a estimular. Mas com Pilar, que tem cinco anos, continuamos dividindo diariamente essa vivência tão bonita de compartilhar um pouco de fantasia.

CANAL INFANTIL – Qual a importância da leitura na infância?

CLARA E GILBERTO – É fundamental. Acho que todos sabemos disso, mas não custa reforçar. A literatura, o teatro, a dança, a música, os folguedos populares, quer dizer, a cultura de modo geral, tudo isso nos humaniza em sentido muito profundo. É um direito que deve ser defendido pra todas as crianças (e adultos). A gente precisa reforçar sempre que o sonho, a fantasia (e a literatura como expressão disso), não são meios de escapar da realidade. Na verdade, são coisas que aumentam o mundo. Que enriquecem nossa relação com a realidade e com as outras pessoas com quem dividimos a vida, tanto a vida familiar como a vida cidadã. Como bem lembrou certa vez Gilberto Gil, um sábio do nosso povo, a cultura não deveria ser vista como uma coisa extraordinária, pelo contrário. Deveria ser defendida como uma coisa ordinária, porque necessitamos dela. Precisa, portanto, fazer parte das nossas vidas do modo mais frequente possível, ser ordinária, cotidiana. E no caso da infância, principalmente. Como esse é o momento mais fértil das nossas vidas, é aquele que nos estrutura emocional e intelectualmente de modo quase definitivo. Até por esse motivo ficamos muito, muito felizes de podermos ofertar algo que pode ajudar na formação de várias pessoas, assim como os livros que lemos na nossa infância (e que guardamos dentro de nós até hoje) nos formaram.

CANAL INFANTIL – Deixem uma mensagem para os pais.

CLARA E GILBERTO – A mensagem que deixamos pros pais, mães e cuidadores de modo geral é que, sempre que possível, garantam às suas crianças que elas tenham acesso à cultura. Leiam pra elas! Esperamos que todas as pessoas gostem de “Conversa frutífera”, especialmente as crianças.

ENTREVISTA KAKÁ LEAL

A ilustradora Kaká Leal

CANAL INFANTIL – Como foi ilustrar o livro “Conversa Frutífera”?

KAKÁ LEAL – Foi uma delícia! Recebi o convite da Cepe Editora e eles me deixaram bem livre para poder interpretar o texto e fazer a minha intervenção. Foi muito agradável e leve!

CANAL INFANTIL – Qual foi a técnica usada e como se deu essa escolha?

KAKÁ LEAL – Sempre começo rabiscando as primeiras ideias no papel mesmo, mas a finalização no computador. É tudo muito manual, pois pinto as imagens sem preenchimentos automáticos, para dar a característica de lápis. Além disso, uso muita textura, que faço manualmente e depois a coloco na imagem digital. Tem a facilidade do computador, mas tem muito a tentativa de trazer o manual para a finalização.

CANAL INFANTIL – O que você pensou para representar tão bem cada fruta e cada sentimento correspondente?

KAKÁ LEAL – Eu pensei na família que chega da feira e vai montando ali suas frutas em casa, por isso o foco nas mãos de cada membro. É uma conversa das frutas, mas que engloba a família, afinal, cada participante da família é diferente também, assim como as frutas. Pensei muito nessa conversa familiar, nesse ambiente; em como é importante a conversa em família. Quis mostrar a relação da fruta com a pessoa que a está pegando. O maracujá, por exemplo, representa o avô, que com sua experiência finaliza a história.

CANAL INFANTIL – Qual a importância dos desenhos nos livros infantis?

KAKÁ LEAL – O desenho é o ponto de contato, é o que aproxima mais o livro da criança. Principalmente no caso de crianças mais novas, que ainda não conseguem ler, muito da história vem do desenho, e este contribui para a criação da narrativa na cabecinha delas. Tive uma experiência bem legal da minha sobrinha, que ainda não sabe ler. Ela pegou o livro e foi criando a história, tentando ler através das imagens. Isso possibilita que a criança crie várias possibilidades dentro da história.

CANAL INFANTIL – Deixe uma mensagem para os pais.

KAKÁ LEAL  – Compre o livro! Use do momento de leitura para se conectar com seu filho, para conversar sobre alimentação e sobre aproximação com as frutas e, também, para falar sobre as diferenças. É importante falar sobre as características diferentes que temos e que, muitas vezes, não conseguimos compreender. É um livro que abre muitas possibilidades de conversas entre pais e filhos! É um livro engraçado, divertido. Então, aproveite esse momento para se aproximar mais do seu filho!

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