Dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco! Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, a data busca atrair a atenção para os malefícios causados pelo tabagismo, inclusive para a fertilidade (masculina e feminina).
Dia Mundial sem Tabaco – especialista alerta sobre os riscos do fumo para a fertilidade

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso do tabaco acarreta, aproximadamente, 5 milhões de mortes por ano, ou seja, 10 mil falecimentos por dia. No Brasil calcula-se que 17,4% da população é fumante, sendo que a maioria é adolescente. São 2,7 milhões de consumidores de cigarros que tem idade entre 12 e 17 anos.

Cada vez mais são realizados estudos que medem os efeitos do fumo na saúde, e frequentemente são descobertos novos malefícios. Os problemas já comprovados são, principalmente, as doenças cardiovasculares (infarto, angina), o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite), a infertilidade e outras. Além destas, o cigarro é considerado o veneno reprodutivo mais potente do século. Diversos estudos vêm comprovando seu efeito deletério sobre a saúde reprodutiva tanto masculina quanto feminina.

– “A fumaça do cigarro contém centenas de substâncias tóxicas, entre elas a nicotina, monóxido de carbono, polônio radioativo, alcatrão, colesterol, fenol, ácido fórmico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel, benzopireno e substâncias radioativas, as quais afetam a função reprodutiva em vários níveis, como a produção dos espermatozoides, motilidade tubária (importante para a captação do óvulo que sai do ovário no momento da ovulação), a divisão das células do embrião, formação do blastocisto (embrião com mais de 64 células) e implantação” – alerta o especialista Dr. Paulo Gallo, diretor médico do Vida Centro de Fertilidade.

Segundo Gallo, mulheres fumantes também podem apresentar maior incidência de irregularidade menstrual e amenorréia (falta de menstruação). Além disso, a menopausa ocorre de um a quatro anos antes em fumantes se comparados aos não fumantes. A química contida na fumaça do cigarro parece acelerar a destruição de óvulos e consequente perda da função reprodutiva.

Durante a gestação o fumo também é altamente prejudicial. Substâncias provenientes da fumaça de cigarro podem se ligar a frações do DNA provocando lesões pré-mutacionais. Os danos ao DNA aumentam a incidência de abortos, defeitos físicos e alguns autores sugerem até aumento dos casos de trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down).

A ASRM (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva) publicou os seguintes efeitos do cigarro sobre a fertilidade:

– Homens e mulheres fumantes tem chances 3 vezes maior de sofrerem de infertilidade quando comparados àqueles que não fumam.
– Tentando estabelecer uma relação causal, os estudos atuais mostram que 13% da infertilidade feminina pode ser atribuída ao cigarro. Lembrando que, 10 cigarros por dia já são o suficiente para prejudicar a fertilidade.
– Mulheres tabagistas crônicas entrarão mais cedo na menopausa (um a quatro anos antes), o que pode ser atribuído à aceleração da diminuição do estoque de óvulos.
– O hábito de fumar está associado a um aumento no risco de abortamento (aumenta em até 27%) e gravidez ectópica (gravidez nas tubas).
– O cigarro na gravidez prejudica a fertilidade do filho homem.
– Filhos de mães fumantes tem dificuldade no aprendizado escolar.
– Filhos de pais fumantes tem maior chance de câncer.
– Mutação genética é um possível mecanismo pelo qual o cigarro pode afetar a fecundidade e a função reprodutiva.
– Estudos científicos demonstraram que mulheres fumantes necessitam de duas vezes mais tentativas de Fertilização in Vitro que as não fumantes, além de necessitarem nos tratamentos uma quantidade maior de medicamentos.
– Homens que fumam tem muito mais espermatozoides anormais que os não fumantes e a porcentagem de espermatozoides anormais está diretamente ligada ao número de cigarros fumados por dia.
– Fumantes passivos (tanto homens como mulheres) com exposição excessiva ao cigarro também têm maior incidência de todas as alterações descritas acima.

– “Além de todos os outros motivos já citados, se você está planejando engravidar, é muito importante que primeiro pare de fumar” – lembra o especialista.

Assessoria de Comunicação: Marcela Magalhães