Depois que nos tornamos mães, é normal nos esquecermos um pouco de nós, mulheres, afinal, o serzinho mais esperado chegou e precisamos cuidar dele. Até aí, tudo bem! Mas não podemos deixar de cuidar também da nossa vida, da nossa mente, da nossa autoestima! É preciso estarmos bem para cuidarmos dos nossos filhos!

E é sobre isso que vamos falar hoje! A Psicóloga Jéssica Suzana trouxe um excelente texto para refletirmos sobre a autoestima e seu reflexo na maternidade.

Confiram!

Por Jéssica Suzana

Existem muitas bibliografias que ressaltam a preocupação ao estado emocional da mulher e sua autoestima no período gravídico-puerperal (período desde a concepção da gravidez até o puerpério – fase pós-parto), devido sua influência no desenvolvimento do vínculo mãe-bebê. Contudo, esse período da gravidez, parto e pós-parto, vai além de apenas acontecimentos biológicos, pois aqui demarca o processo de transição da mulher para a maternidade. Tal transição exigirá dela muitas adaptações entre expectativas e realidades e mudanças ao nível biológico, social, relacional e emocional. O que dizemos que todo nascimento de uma criança é um “acontecimento biopsíquico” que, além da mulher carregar um bebê no ventre, ela o carrega mentalmente.

Para trazer sobre o significado de autoestima, inspirei-me e estudei três teóricos e psicólogos que foram importantes autores nos estudos acerca desse conceito e de outros como: autoconceito e autoimagem. Willian James (1890); Rosenberg (1965), que contribuiu com a “Escala de Rosenberg”, instrumento reconhecido mundialmente; e Stanley Coopersmith (1967). Todos eles, em suas definições, trouxeram as palavras: percepção, cognição, avaliação, sentimento, capacidade e atitude. Ou seja, autoestima é seu juízo de valor diante da forma como você se percebe, pensa, avalia, sente e age com você mesmo e com aquilo que você faz. De todas aqui, a maior delas para a autoestima é a avaliação.

Antes de prosseguir, quero destacar que esse conceito é tão complexo, que ele não existe sozinho, faz parte de uma estrutura de outros conceitos que dá sentido a seu significado. Estou falando do Autoconceito e da Autoimagem, que precedem a Autoestima. Nada adianta desejar uma boa autoestima se o autoconceito (percepção de si) está fragilizado. Então, o primeiro passo é se perguntar: como tenho me percebido? A partir daí você entenderá como comunicar através de sua imagem (autoimagem) e, no final, como você se avalia, seja de forma positiva ou negativa (Autoestima).

Como falamos anteriormente, a autoestima da mulher influencia muito na vinculação mãe-bebê, e quando falamos desse conceito, estamos dizendo que as funções dele são para reforçar a capacidade da mãe para agir de modo eficaz. Winnicott (1992), como Pediatra e Psicanalista inglês, foi um dos primeiros autores a hierarquizar o papel da mãe no funcionamento mental da criança. Ou seja, a mãe participa de uma verdadeira unidade com o seu filho, ajudando a formar sua mente, para isso, ela precisa se sentir confiante ao assumir o novo papel.

A maternidade é uma experiência significativa e com muito valor afetivo para a mulher, onde sentir-se segura no papel de mãe traz grande realização e prazer, e sem dúvida isso afetará positivamente em sua autoestima. Portanto, quanto mais a mãe tiver uma boa imagem de si e daquilo que faz, melhor cuidará do seu filho e se sentirá confiante nas tarefas e nos cuidados propostos.

Existem pesquisas que mostram que a baixa autoestima da mulher na maternidade se associa a grandes transtornos ansiosos e depressivos, além de estar associado à gravidez não planejada e à falta de apoio do companheiro. Além disso, uma atitude intrusa, insensível e orientações contraditórias por parte de profissionais de saúde, também diminui a autoestima da mulher e dificulta seu processo de transição para a maternidade. Baixa autoestima, diz de todos esses fatores, principalmente de um autoconceito fragilizado. Insatisfações maternas e comportamentos instáveis são transmitidos aos filhos, mesmo que silenciosamente.

Então, quero deixar algumas orientações sobre como alimentar sua autoestima:

  • Ressignifique ou fortaleça seu autoconceito;
  • Busque autoconhecimento por meio de psicoterapia, cursos, palestras, leituras que te potencializem;
  • Tenha uma rede de apoio (desde que seja alguém significativo);
  • Reconheça suas capacidades;
  • Alimente diariamente sua autoconfiança;
  • Acolha seus limites, fraquezas, defeitos e seu corpo;
  • Acolha, nomeie e aceite suas emoções;
  • Entenda seu tempo e seus processos.

Nenhuma mulher vai fazer sua transição para a maternidade da mesma maneira, nem mesmo terá uma autoestima lá no topo, mas acredite, se você potencializar seu autoconceito e encontrar uma boa imagem de si de forma satisfatória já é um bom passo. E quando digo satisfatória, é aquela que você dá conta de alimentar, apesar de. Que não subestime sua capacidade de cuidados, de amor próprio e até o amor para com o outro (seu filho). Se um dia a tristeza bater forte e suas forças se abalarem, lembre-se: se a vida nos poupar do desconforto dos processos, vai nos poupar da maturidade do amanhã.

Se fez sentido essa leitura, retire o seu aprendizado, compartilhe e transforme o meio em que vive! Com afeto,

Jéssica Suzana / CRP 04/47222

Psicóloga que acredita no poder da escrita e no valor que pode agregar as pessoas.

Inspira e transforma vidas através da escuta.

Aprende todos os dias sobre: recomeços, criar possibilidades e ter conexões com sentido.

Venha conhecer “meu mundo”!

Instagram: @psicologa­_jessicasuzana

Contato: carolina.canalinfantil@gmail.com

Instagram: @canalinfantil

Facebook: @canalinfantiloficial