Para começar a semana, trago um texto da Dra. Cláudia Navarro, Especialista em Reprodução Assistida, que fala sobre tratamento para engravidar em meio a pandemia do Coronavírus. Tema bastante importante para muitas mulheres! Confiram!

Por Dra. Cláudia Navarro (Especialista em Reprodução Assistida e membro da ASRM e ESHRE)

É seguro retomar tratamento para engravidar agora?

Responder essa pergunta não é tão simples assim. Estamos num momento da pandemia em que ainda temos muitas incertezas acerca da Covid 19. Porém, sabemos que muitas mulheres não podem esperar muito tempo para iniciarem seus tratamentos. Então, a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana – SBRH, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida – SBRA e a Rede Latino Americana de Reprodução Assistida – Redlara formalizaram um documento com diversas orientações para clínicas atenderem às pacientes que precisam retomar seu tratamento para engravidar. 

Sabemos que milhares de brasileiros enfrentam a infertilidade e todos os anos acontecem milhares de ciclos de reprodução assistida. No ano passado, segundo a Anvisa, foram mais de 40 mil ciclos no país, e com tendência de crescimento. O que significa que, em 2020, provavelmente outros milhares de ciclos seriam realizados. Não fosse o risco de contaminação pela Covid 19 e a consequente paralisação dos atendimentos.

Nenhuma paciente parou seu tratamento na metade, mas muitas já haviam realizado os primeiros exames para avaliação da fertilidade e estavam quase prontas para iniciar efetivamente o tratamento. Essas, com certeza, enfrentam um momento de ansiedade. 

Mas agora, após diversas análises dos estudos feitos até o momento acerca do risco de contaminação, temos orientações bem específicas para um grupo de mulheres que devem, sim, seguir com o tratamento. Mas antes de enumerá-las, é importante ressaltar que, como tudo na medicina, isso não é uma receita de bolo. Ou seja, cada caso será sempre avaliado individualmente. 

Portanto, se o médico disser que agora não é o melhor momento para tentar a gravidez, é porque, após a análise de exames e o diagnóstico, ele avaliou que é seguro esperar. 

Então, vamos aos casos: 

É importante verificar se: a paciente irá passar por procedimentos oncológicos e deseja a preservação da fertilidade (congelamento de óvulos); a paciente tem necessidade de tratamento cirúrgico que determinarão diminuição da reserva ovariana em decorrência da cirurgia; a paciente tem diagnóstico de baixa reserva ovariana, na qual a demora para a realização do seu tratamento poderá impactar de maneira grave nas suas chances reprodutivas. O fator idade também é importante para a avaliação. 

O documento das entidades é bem claro quanto à decisão de iniciar um tratamento e reproduzo aqui o trecho na íntegra: “A decisão médica de iniciar um novo ciclo, durante o curso desta pandemia, deve ser pautado em critérios técnicos, respeitando as recomendações governamentais, dos órgãos de saúde, como o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde e as recomendações das sociedades médicas de reprodução assistida, nacional (SBRA, SBRH) e internacionais (ASRM e ESHRE)”. 

Essa retomada nos atendimentos também é bem criteriosa. São necessários cuidados como intervalos aumentados entre uma consulta e outra, para evitar aglomerações; treinamento da equipe para conduta diante de casos de covid; cuidados redobrados quanto à assepsia dos ambientes e, sempre que possível, o médico deve optar pela telemedicina. 

É um processo de adaptação. Se a mulher ainda tem dúvidas, marcar uma consulta, mesmo que virtual, é uma boa saída para esclarecê-las.

Sobre Cláudia Navarro

Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida, diretora clínica da Life Search e membro das Sociedades Americana de Medicina Reprodutiva – ASRM e Europeia de Reprodução Humana e Embriologia – ESHRE. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e ginecologia) pela mesma instituição federal.

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