Educação financeira desde a infância transforma crianças em adultos conscientes e responsáveis

No Brasil, os casos de famílias endividadas crescem cada vez mais. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, divulgados no dia 31 de março, registram que, em março de 2022, 77,5% das famílias brasileiras estavam endividadas. Dessas, 87% estavam no vermelho por causa do cartão de crédito. Mas, como tentar prevenir esses endividamentos e promover estabilidade financeira?

A importância de entender como gerir o dinheiro ajuda no controle dos gastos e permite crescimento financeiro. E, quando ensinado desde a infância, torna ainda mais proveitoso e fácil o ato de saber medir os gastos para garantir a manutenção da renda. A educação financeira, ainda pouco disseminada no país, traz diversos benefícios, como o planejamento para o futuro e a economia consciente.

O letramento financeiro é uma das disciplinas constantes da grade curricular da escola Sunny Place, em Recife. A partir do 1º ano do ensino fundamental, os alunos da escola aprendem a gerenciar o dinheiro. Roseanne Santos, diretora pedagógica da escola, explica porque a escola adota, desde cedo, o ensino dessa matéria. “Percebemos, em relação à gestão financeira, a diferença entre o comportamento de alguns brasileiros e de alguns estrangeiros. No Brasil, independente de quanto a pessoa ganha, vemos um número muito grande de pessoas que têm dívidas, que não conseguem ter, às vezes, uma reserva de emergência. Então, trabalhamos essa organização, esse entendimento”, explica.

Para melhor compreensão dos estudantes, a forma de ensinar é variada. Na escola, por exemplo, são analisados os sonhos que podem ou não serem comprados e a partir daí se dá o entendimento sobre a importância do dinheiro. “Perguntamos ‘quais são os sonhos que você tem? como esses sonhos são construídos?’ e então trabalhamos a construção dos sonhos e vemos aqueles que podem ser comprados e os que não podem, por exemplo: ‘Eu quero uma viagem’, isso pode ser comprado. Assim, as crianças conseguem entender que existem sonhos que dependem do dinheiro e para esses sonhos é preciso planejamento”, elucida.

E para conseguirem o capital necessário para a realização desses sonhos, além do trabalho – ou da mesada, no caso das crianças, existem outras opções, que também são exploradas. “Começamos a brincar com o dinheiro, fazendo comprinhas na escola, de brincadeira. Depois, eles fazem um bazar e mostramos que dá para fazer dinheiro extra, além do trabalho ou da mesada, através da venda de coisas que não são utilizadas mais”, destaca Roseanne.

Depois da compreensão de como receber dinheiro, é importante entender como cuidar desse dinheiro. “Com o passar do tempo, quando eles entendem esses primeiros conceitos, é trabalhada a importância de se destinar os valores para fins específicos e de ter uma reserva de emergência. Do que foi recebido, pode-se gastar uma porcentagem, uma outra parcela servirá para as situações de emergência e a outra porcentagem é preciso guardar, mas não só guardar na poupança. É possível fazer esse dinheiro render mais. Então, mostramos que eles podem investir. Assim, trazemos noções de investimentos em renda fixa e renda variável”, enfatiza.

Assessoria de Comunicação: VOZ Comunicação

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