A endometriose é uma doença que acomete até 10% das mulheres em idade reprodutiva, com focos mais comumente encontrados nos ovários e órgãos da pelve. No caso das mulheres com dificuldade de engravidar, a prevalência da endometriose pode chegar a até 47%.

E só quem tem a doença sabe o que realmente é conviver com a endometriose. Por isso, trago hoje uma entrevista que fiz com a Adriana Assis, leitora do blog Canal Infantil. Tenho certeza que vai ajudar várias outras mulheres. Confira!

CANAL INFANTIL – Antes de descobrir a doença, você possuía algum sintoma, mesmo sem saber o que era?

ADRIANA ASSIS – Sim. Aos 13 anos, eu tinha um fluxo menstrual muito intenso e um ciclo que durava mais de uma semana. Porém, endometriose não era um tema muito abordado em 1990.

CANAL INFANTIL – E como você descobriu a endometriose?

ADRIANA ASSIS – Descobri a endometriose devido à infertilidade. No período de 2005 até 2016, foram onze anos de vários exames e idas e vindas aos médicos.

Em 2005, durante o período de trabalho, repentinamente, tive um sangramento muito forte e fui levada às pressas para o hospital. Devido à urgência da situação, a medica sugeriu fazer um procedimento para conter o sangramento. Mas eu não estava pronta para fazer nada que até então não conhecia. Procurei indicação médica e fiz vários exames para apurar melhor o que estava acontecendo. Queria muito uma orientação para resolver o problema da melhor forma.

Então, a médica solicitou uma biopsia e foi constatada uma aderência. Passei pela primeira cirurgia, retirando parte do canal vaginal. Logo após, com o acompanhamento, a cada seis meses, das médicas (ginecologista e proctologista), fui diagnosticada com ovários policísticos, miomas e o intestino não funcionava bem, apesar de todo o cuidado com alimentação (água, frutas, fibras…). Realizei incontáveis exames rotineiros de sangue, fezes, urinas, ultrassonografias, ressonância e, por fim, histerossalpingografia.
Em 2014, como desejava engravidar (já estava com 36 anos), meu marido e eu procuramos uma clínica especializada em fertilização. A orientação do médico era de realizar uma nova cirurgia para retirar os miomas e ajudar no processo para engravidar. Foi realizada então essa cirurgia e, meses depois, já havia miomas novamente. Então, meu  marido e eu acabamos desistimos de realizar a fertilização, pois era muito cara e poderia não dar certo.
Continue cuidando da minha saúde e, em 2015, a Dra. Márcia Mendonca Carneiro solicitou uma série de exames e me encaminhou para o Dr. Luiz Gonzaga Rodrigues Machado, que diagnosticou a endometriose em função da infertilidade.

CANAL INFANTIL – E como você se sentiu após essa descoberta?

ADRIANA ASSIS – Senti-me aliviada, pois foram onze anos de peregrinação para descobrir o que eu tinha e agora eu poderia realizar o tratamento. Por outro lado, fiquei triste, pois não geraria um filho no meu ventre.

CANAL INFANTIL – E você chegou a fazer algum tratamento?

ADRIANA ASSIS – O tratamento foi histerectomia total com a retirada do útero, de um dos ovários, das trompas e de alguns centímetros do intestino, pois a aderência era grande. Foi uma cirurgia grande, em torno de doze horas, com uma equipe de oito pessoas. Agradeço muito a Deus e, em especial, à enfermeira Lúcia, que foi um anjo durante minhas consultas antes e depois da cirurgia, e também ao Dr. Luiz Gonzaga Rodrigues Machado.

CANAL INFANTIL – Deixe uma mensagem para as mulheres que também sofrem com a endometriose.

ADRIANA ASSIS – Devido à correria da vida, às vezes focamos demais no trabalho, em outras prioridades e ignoramos os sinais que nosso corpo nos dá… Até mesmo por medo de saber que poderemos ter alguma doença. Então, cuidem-se, fortaleçam-se e busquem ajuda com especialista. Eu sempre me cuidei, mas foram muitas voltas para chegar no caminho certo. Na minha experiência, não tive nenhum problema de libido, de não me sentir feminina depois da retirada do útero. O mais importante é cuidar da nossa saúde e estar bem e feliz! Fica a dica!

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