Bilinguismo desde a infância promove cérebro mais saudável e habilidoso

Com a integração da internet na realidade da população, a comunicação entre pessoas que falam idiomas diferentes se tornou ainda mais comum. Mas os benefícios do aprendizado de novos idiomas vão além da possibilidade das pessoas se comunicarem entre si. Estudos apontam que esse hábito estimula o desenvolvimento cognitivo, principalmente quando o idioma é ensinado desde a infância.

Um estudo da Universidade de Stanford, na Califórnia, mostra que crianças bilíngues têm maior facilidade em bloquear distrações, focar, organizar informações e reter atenção, graças à neuroplasticidade.

Por isso, pais e responsáveis optaram por matricular suas crianças na escola bilíngue Sunny Place, no Poço da Panela, zona norte do Recife. Para quem está na zona sul, a metodologia Sunny Place está presente nos colégios Primeiro Passo e Grande Passo, através do integral bilíngue. A diretora pedagógica da escola infantil e criadora da metodologia, Roseanne Santos, explica que, além de ampliar as possibilidades de comunicação, a formação adequada bilíngue traz benefícios quando se trata de desenvolvimento de habilidades e competências.

“Sabemos, por constatação científica, que a criança bilíngue tem algumas vantagens comparadas às monolíngues, especificamente no que se refere às funções executivas do cérebro. As crianças bilíngues têm maior capacidade de construir soluções para problemas complexos, maior capacidade de pensamento abstrato, maior flexibilidade mental, maior capacidade para trabalhar com grupos diversos (já que têm contato com elementos de outras culturas)”, complementa a diretora.

As vantagens citadas pela diretora fazem parte da plasticidade do cérebro e das redes neurais ligadas à linguística, que são fortalecidas através do aprendizado de novos idiomas. A psicopedagoga clínica, pós-graduanda em neuropsicopedagogia e professora de inglês, Josie Queiroz, explica de que forma essa habilidade cerebral pode influenciar no desenvolvimento das crianças bilíngues. “O cérebro humano é dotado de uma plasticidade cerebral, que é a habilidade de se adaptar às novas situações, ao meio, de se moldar pelas experiências que são vividas. Então, dentro dessa perspectiva, quando você aprende o idioma no início da sua vida, essa experiência vai modular o cérebro de uma maneira diferenciada e essa base de estruturação cerebral que se forma na infância vai perdurar ao longo da vida”.

E, quanto mais cedo for iniciado esse processo de aprendizado, mais fácil será o desenvolvimento na área. “O bebê, por exemplo, está em pleno desenvolvimento dessa parte linguística. Então ele capta os sons de uma maneira especial e isso faz com que ele desenvolva uma pronúncia melhor. Quanto mais cedo ele é exposto a esse idioma, mais ele vai desenvolver redes neurais ligadas a isso. A criança de 2 a 6 anos aprende com uma velocidade e uma facilidade muito maior, porque estamos aproveitando a chamada janela de aprendizagem para área da linguagem”, frisa a psicopedagoga.

A escola Sunny Place, por exemplo, usa uma metodologia que foi desenvolvida para ampliar competências, capacidades e habilidades específicas das crianças e, por isso, as atividades propostas observam sempre esses objetivos. No que diz respeito ao ensino de uma segunda língua, a imersão nela se faz de forma natural. Uma criança que tem contato contínuo com uma segunda língua melhora inclusive a compreensão da língua materna. “A criança acaba fazendo o uso de comparação e o aprendizado de um idioma fortalece a aprendizagem do outro. Quando você aprende o inglês, por exemplo, acaba fazendo um mecanismo de comparação com a língua portuguesa, a chamada metalinguística, ou seja, pensar sobre a própria linguagem, faz com que você domine melhor essa questão da compreensão, da linguagem, do uso da linguagem, da gramática. Aí você tem uma ampliação cultural e social”, expõe Josie.

E se esses são alguns dos benefícios vistos durante o crescimento, no período de envelhecimento, ter um cérebro estimulado auxilia na manutenção da capacidade cognitiva. “O cérebro humano naturalmente vai perder neurônios com o envelhecimento e o que se percebe é que pessoas que têm uma vida com hábitos mais saudáveis de alimentação, de sono e que tem esse cérebro mais ativo, no sentido de falar mais idiomas e aprender novas habilidades, desenvolvem a chamada reserva cognitiva, que vai fazer com que, ao aproximar-se do envelhecimento e vivenciar essas perdas neuronais naturais, você tenha redes de apoio que minimizem essas perdas. Então, você envelhece com mais qualidade de vida”, conclui a professora.

Assessoria de Comunicação: VOZ Comunicação

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