A Papo Editora, responsável pela publicação da Revista Qualé, lançou o guia “Crianças e Jovens Conectados: Educação Midiática na Era da (Des)informação”. Com 80 páginas, a publicação traz recursos para ajudar crianças e jovens a desenvolver uma perspectiva crítica e consciente dos diferentes conteúdos que consomem no dia a dia.
A proposta do Guia é despertar a atenção do público infantojuvenil para a importância da distinção entre as notícias verdadeiras e as falsas, por meio de dicas, apresentadas de maneira lúdica, sobre como analisar a informação, além de estimular reflexões acerca da responsabilidade no consumo e na produção de conteúdo.
A educação midiática é apontada pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como essencial para a formação de cidadãos informados e críticos. Segundo Claudia Lima Gabionetta, autora da obra, “a compreensão crítica das diversas fontes de informação que recebemos não deve ser responsabilidade exclusiva dos adultos. É fundamental que crianças e jovens também desenvolvam essa habilidade, sendo capazes de refletir sobre o conteúdo que consomem e dialogar com colegas e professores a respeito dessas informações”, explica.
Com ilustrações de Bibi Mizu, “Crianças e Jovens Conectados: Educação Midiática na Era da (Des)informação” também discute o impacto das mídias no comportamento infantojuvenil, o que o torna um convite à leitura em conjunto com os adultos. Claudia Lima Gabionetta ressalta que a participação e mediação de pais e dos professores auxilia a compreensão e fortalece a aprendizagem. O Guia aborda ainda a importância da leitura em portadores impressos, pois fortalece a concentração, estimula a imaginação e desenvolve habilidades de interpretação sem as distrações digitais.
E para conhecer um pouco mais sobre esse guia tão importante, conversei com a autora. Confira a entrevista!
CANAL INFANTIL – Como surgiu a ideia de escrever o guia “Crianças e Jovens Conectados: Educação Midiática na Era da (Des)informação”?
CLAUDIA LIMA GABIONETTA – A ideia surgiu da necessidade de tornar esse assunto mais acessível para crianças e jovens, para que entendam, até mesmo conceitos de expressões tão ouvidas em nosso dia a dia, como mídias, fake news, inteligência artificial, entre outros. Percebi que ainda há pouco material para esse público sobre como lidar criticamente com as informações que recebem diariamente. Como pedagoga, vejo de perto os desafios que educadores, pais e estudantes enfrentam diante da desinformação, do consumo excessivo de telas e dos riscos das redes sociais. O guia foi pensado para ser uma ferramenta didática e envolvente, ajudando crianças e adolescentes a entenderem o que é educação midiática e como aprender a ler criticamente as informações que recebem. E, como coordenadora pedagógica de uma revista jornalística voltada para o público infanto-juvenil, vejo como esse tipo de mídia, se bem usada e compreendida, pode favorecer a todos nós.
CANAL INFANTIL – Qual a faixa etária indicada?
CLAUDIA LIMA GABIONETTA – O guia é voltado para o público infantil e juvenil, especialmente crianças e adolescentes mais ou menos entre 7 a 14 anos. Ele foi escrito com uma linguagem própria para essa faixa, mas ter o acompanhamento dos pais e professores torna a leitura ainda mais potente, pois gera conversas e reflexões essenciais para a aprendizagem do uso das mídias.
CANAL INFANTIL – Qual a importância de alertar as crianças sobre as informações e (des)informações que são encontradas na internet?
CLAUDIA LIMA GABIONETTA – É essencial que as elas entendam, a princípio, que nem tudo o que está na internet e, principalmente nas redes sociais, é verdadeiro ou seguro E que a desinformação pode impactar nas opiniões, na sua segurança e até nas suas emoções. Ensinar desde cedo a checar fontes, identificar fake news e compreender como os algoritmos funcionam ajuda a formar cidadãos mais críticos e responsáveis no consumo de informação.
CANAL INFANTIL – Em um mundo cada vez mais conectado, como trabalhar os perigos das redes com as crianças e com os adolescentes?
CLAUDIA LIMA GABIONETTA – O primeiro passo é abrir o diálogo. É importante que as crianças e os adolescentes sintam que podem conversar sobre o que veem e vivem nas redes sociais sem medo de julgamento. Além disso, é fundamental promover atividades que estimulem o pensamento crítico, ensinar sobre privacidade e segurança digital, e incentivar momentos de desconexão para equilibrar o tempo de tela.
CANAL INFANTIL – Os pais precisam estar atentos ao que os filhos acessam na internet?
CLAUDIA LIMA GABIONETTA – Sim, com certeza o papel dos pais na mediação do uso da internet pelos filhos é fundamental. Isso não significa vigiar cada passo que eles dão online, mas sim estar presente, acompanhar os conteúdos que consomem, orientar sobre os perigos e incentivar o uso responsável e saudável da tecnologia. Manter o diálogo.
CANAL INFANTIL – Quais dicas você dá para as famílias?
CLAUDIA LIMA GABIONETTA –
- Primeiramente, respeitem as regras de idade mínima impostas pelas próprias redes sociais. Não permitam que seus filhos se cadastrem alterando a data de nascimento deles.
- Conversem abertamente sobre o que os seus filhos assistem, jogam e leem na internet.
- Sejam exemplos, controlem seu tempo de tela, principalmente em momentos familiares. Além disso, proporcione outras atividades que não envolvam o uso delas. Desta forma, será mais fácil para eles entenderem a importância do equilíbrio.
- Pratique a educação midiática no dia a dia, ou seja, ouça seus filhos a respeito das dúvidas e inseguranças que apresentam a respeito de todas as informações que recebem. Incentive-os a ler e ouvir fontes seguras para que cada vez mais sejam leitores críticos e consciente do mundo.
CANAL INFANTIL – Deixe uma mensagem para as famílias.
CLAUDIA LIMA GABIONETTA – Acompanhar e dialogar são as melhores formas de ajudar crianças e adolescentes a compreenderem as mídias – não apenas as digitais, mas todas as que fazem parte do nosso cotidiano. Com essa orientação, eles crescerão mais preparados para lidar com a grande quantidade de informações que recebem diariamente, desenvolvendo a capacidade de discernir o que é relevante e confiável daquilo que deve ser descartado.
Sobre a autora: Claudia Lima Gabionetta é pedagoga com vasta experiência em sala de aula e educação inclusiva. Pós- graduada em Educação Infantil e certificada como especialista em Educação Midiática pelo Instituto Educamidia. Atualmente é coordenadora pedagógica da Revista Qualé e autora do livro “Crianças e Jovens Conectados: Educação Midiática na Era da (des) informaçao”.
Sobre a colaboradora: Julia Cavalcante é estudante de letras na Universidade de São Paulo (USP) e assistente pedagógica da Revista Qualé.
Sobre a ilustradora: Bibi Mizu nasceu em Ribeirão Preto e se mudou para São Paulo, onde se formou em Engenharia de Produção na USP. Decidiu, porém, seguir seu sonho e mudar de carreira, estudando ilustração e Design de Personagens na Quanta Academia de Artes. Trabalhou em estúdios de jogos como artista, e atualmente ilustra histórias e livros didáticos. No seu tempo livre, adora ler, viajar e criar peças com cerâmica.
Sobre a Papo Editora: A Papo Editora é responsável pela publicação da Revista Qualé, periódico jornalístico voltado para o público infantojuvenil que circula para mais de 300 mil estudantes em seis estados do país. A publicação estimula a reflexão sobre questões sociais, ambientais e culturais, incentivando o aprendizado interdisciplinar e a análise crítica.
Assessoria de Imprensa: MOP 3 Comunicação